Tuxauas e lideranças das etnias
Hixkariana, WaiWai, Kaxiwyana, SateréMawé e Kahyna, vão participar de
Assembleia Geral que acontece dia 4 de outubro, na aldeia Torre, Alto Nhamundá.
Na reunião serão discutidos demarcação e homologação de terras indígenas e a
volta da Coordenadoria Regional da Fundação Nacional do Índio (Funai) para
Parintins.
O tuxaua Hixkariana da aldeia Torre,
Ademar Amotxo, afirma que o encontro deve reunir todos os tuxauas e lideranças
das cinco etnias e as demandas apresentadas serão enviadas a Funai para serem
implementadas nas aldeias. “Estamos lutando por nossos direitos e nessa
Assembleia vamos exigir a homologação e demarcação de nossas terras. Essa
legalização é preciso para evitar a invasão de madeireiros, garimpeiros,
caçadores, pescadores e outras pessoas que insistem em invadir nossas matas,
lagos e igarapés”, enfatiza.
Amotxo afirma que as invasões das
terras indígenas pelos brancos causam destruição e doenças na região. “Invadem,
devastam, poluem e prejudicam todo povo das aldeias. Precisamos da natureza
para viver em paz e fazer nosso roçado, plantar, caçar e estar tranquilo para
sustentar nossas famílias”.
Realidade
O indígena afirma que nas aldeias não
existe água tratada (poço artesiano), e tomam água direto dos rios e igarapés,
mas, o lixo jogado pelos invasores contamina as matas e rios causa sofrimento
as crianças e adultos. “Quando não havia invasores, nosso povo não adoecia
tanto. Exigiremos a volta da coordenadoria da Funai para Parintins. Quando a
administração estava aqui, eram desenvolvidos alguns projetos e agora não
funciona. Com a coordenação em Manaus, tudo ficou muito difícil para nós. As
demandas da reunião serão enviadas a Brasília para que nossas reivindicações
sejam atendidas”, garante Ademar.
Segundo o indigenista Rafael Hyenzer,
que atua no escritório local da Funai, tecnicamente as áreas das etnias já
foram demarcadas, porém, aos indígenas interessa ter as garantias legais. “Eles
precisam da última fase do processo de regularização fundiária das terras que é
a parte de homologação via decreto presidencial. A fase de contestação da
justiça e a demarcação das áreas já foram feitas, mas na prática, para os
indígenas não está demarcado. Para eles interessa o documento de homologação”,
enfatiza.
Mudança
Indigenista Rafael Hyenzer, que atua no escritório local da Funai
Segundo Rafael, a Funai mudou a forma de trabalho baseada em
novas coordenações técnicas locais e regionais, mas com a nova estrutura, ainda
não conseguiu se viabilizar para funcionar. “Antes os indígenas podiam
conversar com os chefes da Funai, agora não conseguem. Infelizmente a regional
daqui quanto as outras no Brasil estão com as mesmas dificuldades por estarem
em fase de estruturação interna. Para quem está na base tentando resolver os
problemas, vê que nada está funcionando, e isso preocupa, mas estamos na
batalha tentando agilizar as coisas para que a Funai volte a funcionar”,
garante Hyenzer.
Ataíde Tenório
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