quinta-feira, 26 de setembro de 2013

Recém-nascido morre no Hospital Jofre Cohen e família acusa negligência médica

          Stanley Martins com o filho morto nos braços afirma que houve negligência médica

   O músico Stanley Martins dos Santos, 25, afirma que a esposa dele, a cantora Jonilce Teixeira de Araújo, 23, ficou oito dias com dores para ter criança, indo e voltando aos hospitais da cidade. Na manhã de segunda-feira (23), a criança nasceu no Hospital Jofre Cohen (HJC), e duas horas depois morreu. A família acusa negligência médica e declara que vai denunciar o caso à Promotoria Pública. O médico Oswaldo Ferreira, diretor do HJC, nega a negligência e afirma que todos os procedimentos clínicos foram adotados no caso.
Stanley garante que a esposa fez o pré-natal correto e na carteira de gestante consta que ela não tinha condições de ter o filho normal e a cesariana estava marcada para 15 de setembro. “No dia 15 a levei ao Hospital Padre Colombo (HPC), mais após vários toques a liberaram. Ela continuou com muitas dores e sempre retornávamos ao hospital, diziam que não estava na hora de nascer e que o batimento cardíaco do bebê estava normal. Domingo dia 22 ela não aguentou mais e por volta de 9h deu entrada no Jofre Cohen. Foi nosso terceiro filho, os anteriores nasceram por cesariana, mas nunca tinha a visto sofrer tanta dor. No HJC não tinha médico obstetra para fazer a cirurgia, uma enfermeira prestou assistência e alegou que estava tudo normal. Minha esposa sofreu a madrugada toda, pedi a enfermeira que chamasse alguém que a operasse, ela respondeu que a doutora só chegaria por volta de 7h de segunda-feira”, afirma o músico.

          Stanley afirma que o filho nasceu por volta de 12h e às 14h32 faleceu

O pai afirma que o bebê nasceu por volta de 12h e às 14h32 faleceu. “Não colocaram só a vida do meu filho em risco, mais da minha esposa também. Isso foi negligência, pois quando viram o sofrimento dela deveriam ter operado. Meu filho nasceu com vida, mas inalou resto de parto, não resistiu e morreu. A dor que sinto é grande e só Deus pode amenizar. Vou denunciar o caso a Promotoria, pois meu filho lutou muito para sobreviver, dava pra sentir ele mexendo dentro da barriga da mãe”, lamenta Stanley.

Esclarecimento

Em entrevista ao Gazeta Parintins, o médico Oswaldo Ferreira, garantiu que todos os procedimentos para o bom atendimento do caso foram feitos. Ele disse que vai aguardar a formulação da denúncia para que se manifeste, mas adiantou que a jovem deu entrada na unidade de saúde às 17h45 do dia 22 de setembro. “Ela deu entrada com trabalho de parto, mas segundo o prontuário médico, o colo do útero estava fechado, e o batimento cárdio fetal em 148, o trabalho de parto não estava instalado efetivamente, e não havia sofrimento fetal. No monitoramento do batimento cárdio fetal (batimento do coração), feito a noite, em nenhum momento houve variação. Quando há sofrimento fetal, o coração chaga entre 160 e 180 batimentos. No momento seguinte começa a baixar e chega abaixo de 120 batidas, o que significa que o caso é ainda mais grave, e em momento algum houve essa variação”, garante o médico.

Demonstrações

Osvaldo revela que na ultrassonografia da manhã do dia 23, constava que havia pouco líquido amniótico na cavidade uterina da paciente. “O normal seria 8 e 10 de líquido e só havia 2, e foi indicado o parto Cesário. A criança foi retirada às 10h30 e nasceu com insuficiência respiratória aguda e houve aspiração de mecónio, lamentamos o ocorrido e a dor na família”, enfatiza.
Ao lamentar o fato, o médico afirma que, se o caso ocorresse em um grande centro de referência, com todas as aparelhagens necessárias que a medicina oferece, a história poderia ser diferente. “Temos muito mais que a maioria dos municípios do interior do Amazonas, e dentro de nossas limitações, cumprimos com tudo o que a boa prática médica induz”, reforça.

          Na declaração de óbito consta que a causa da morte da criança foi Anoxia

Jonilce esta em casa e passa bem. Na declaração de óbito, consta que a causa da morte da criança foi Anoxia, aspiração meconial e sofrimento fetal agudo. No documento, não consta o horário de nascimento do menino, mas segundo a família, foi entre 11h30 e 12h. Consta ainda na certidão, que a mãe estava com 40 semanas de gestação e a criança pesou 3 quilos e 40 gramas ao nascer. O médico Luisvaldo da Silva Pereira, foi quem assinou o documento.


       Ataíde Tenório

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