segunda-feira, 21 de outubro de 2013

Denúncia de crime ambiental e desperdício de toneladas de peixe em Parintins


         Desperdício de peixefoi visto do início da rua Nakaút a entrada do igarapé da Francesa

Pessoas que passavam na manhã de sábado (19) na ruaNakaút, no bairro Santa Clara, se revoltaram ao se deparar com o desperdício de peixes no local. A cena foi vista a mais de um quilômetro as margens do rio Amazonas, do início da rua Nakaút a entrada do igarapé da Lagoa da Francesa. Milhares de peixes eram devorados por urubus e segundo um morador foram jogados por uma embarcação pesqueira que estava nas proximidades e mesmo após denúncia, os órgãos competentes nada fizeram.
Um morador que pediu para não ter o nome revelado, afirma que esse tipo de crime ambiental é comum na época da Piracema (quando várias espécies sobem o rio para desovar). “Esse peixe foi despejado no fim da tarde ou no início da noite de sexta-feira (18). Geralmente acontece porque no período de arribação (Piracema), pescados como Pacu e Aracu aparecem em grande quantidade, mas não tem muito valor comercial para os donos de embarcações e frigoríficos. Se eles avistarem cardumes de valor comercial, jogam o produto e capturam o peixe mais caro. Por causa disso muitas toneladas de pescados são descartadas todos os anos. Se houvesse fiscalização ou punição, isso não aconteceria. Para eles o que interessa é o lucro”, lamenta o morador.

Fato

A reportagem do Gazeta Parintins constatou o fato e acionou o gerente do escritório local do Ibama, Welington Ferreira, que se encontrava na Capital do Estado. Ele informou que no momento nada poderia ser feito, pois os agentes de Parintins estariam em uma ação, e só na manhã de hoje uma equipe iria ao local averiguar a situação. Acionamos a Secretaria Municipal de Meio Ambiente (Sedema), e o senhor Ronaldo Medeiros, informou que uma equipe do órgão seria enviada ao local para averiguar o caso, mas até o início da tarde de sábado (19), não constatamos a presença de qualquer agente na área.
O presidente da Comissão de Defesa do Consumidor na Câmara Municipal, vereador Ernesto de Jesus (o Cabo Ernesto), foi ao local e prometeu denunciar o desperdício do pescado, a poluição do meio ambiente e a falta de atitude da Sedema e Ibama. “Alguém praticou um crime ambiental jogando milhares de peixes as margens do rio. Os órgãos ambientais precisam chegar a embarcação que fez isso, mas infelizmente quando foram avisados do caso nada fizeram. Vou denunciar na Tribuna da Câmara, pois quem comete uma violência dessas contra a natureza tem que ser punido, e os órgãos fiscalizadores deveriam ter feito”.

Compromisso

Ernesto afirma que ajuda vários segmentos na preservação da natureza e diz que jamais vai permitir que esses crimes continuem no município. “Já que os órgãos competentes não fiscalizam e permitem que embarcações pesqueiras cometam atitudes irresponsáveis de jogar toneladas de pescado no rio, vamos usar do investimento público e legal que a Comissão de Defesa do Consumidor dispõe, e fazer averiguações rotineiras nos barcos pesqueiros para que não voltem a ocorrer desperdícios como o que foi presenciado”, garante o vereador.
Para o presidente da Associação de Moradores do bairro Itaúna II (Ambi-II), Lazaro Lobato Teixeira, com a falta de emprego no município, centenas de famílias passam fome em bairros periféricos da cidade. “Uma atitude generosa pode ajudar muita gente. Se a pessoa que jogou milhares de peixes no rio porque não tinha onde armazenar tivesse acionado a Ambi-II, teríamos ido ao local e feito a descarga, transporte e distribuição do peixe. Se tivessem nos acionado, centenas de famílias que às vezes passam dias sem comer, teriam sido beneficiadas. Se alguém quiser doar o pescado, pode acionar pelos números (92) 9366-1660/9379-5181, que faremos com que os peixes cheguem às pessoas carentes da cidade”, garante Lobato.

Ataíde Tenório

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