quinta-feira, 21 de novembro de 2013

Luz Para Todos prejudica Ensino Tecnológico no interior, diz mãe de aluno


  Maria Izabel esteve na Câmara e falou para alguns vereadores sobre o Programa
    Foto: ATAÍDE TENÓRIO

Maria Izabel Nunes dos Santos, 38, presidente da comunidade Nossa Senhora de Fátima, rio Tracajá, esteve no fim da tarde de terça-feira (19) na Câmara Municipal e falou para alguns vereadores sobre o programa “Luz Para Todos”. Segundo ela, na região o programa é falho e as constantes interrupções no fornecimento de energia elétrica, além dos prejuízos aos moradores com a perda de equipamentos eletroeletrônicos, afeta na qualidade do Ensino Tecnológico e prejudica os estudantes que na maioria das vezes têm apenas um ou dois dias de aula por semana.

“Nossos filhos que estão cursando o Ensino Tecnológico via satélite, estão sendo prejudicados pela falta de energia elétrica que não permite que assistam aula. Por causa disso, vão passar de ano, mas não terão condições de avançar e terão prejudicados o desenvolvimento intelectual deles. Mesmo que haja consenso para que passem, não vão estar preparados para enfrentar o vestibular”.

Izabel estar revoltada com a situação porque entristece os estudantes que pretendem ingressar em universidades. “Da forma que vem ocorrendo, mesmo aprovados vão ter dificuldades de assimilar as aulas e acompanhar os colegas de faculdade que frequentam aulas regulares durante o ensino médio. Pedimos às autoridades que coloquem geradores de energia nas comunidades polos onde funciona o Ensino Tecnológico. Muitos pais já falam em mandar os filhos pra cidade por causa do problema, pois ninguém quer filhos fora da sala de aula e despreparados para enfrentar o mercado de trabalho”.

                     Garantias

Vereador Ernesto diz que é hora de fazer uma análise do nível do Ensino Tecnológico


O vereador Cabo Ernesto, garante que vai acionar a Secretaria de Educação do Estado e Qualidade de Ensino (Seduc) e a empresa Amazonas Energia, responsável pelo Programa Luz Para Todos na região para que tomem as providências. Ele garantiu ainda contatar os vereadores integrantes da Comissão de Educação da Câmara Municipal e a Comissão de Educação da Assembleia Legislativa para denunciar o caso e às autoridades resolvam.

Ernesto enfatiza que a denúncia preocupa vereadores e deputados que estão nas pastas de comissão da educação pelo fato de Parintins ser vista como detentora de educação de qualidade. “Essa denúncia preocupa a todos, e a realidade mostrada com várias escolas conquistando prémios, com uma denúncia dessas fica uma dúvida. Até que ponto isso é real?” questiona o vereador.

Análise

Para o parlamentar, está na hora de fazer uma análise do Ensino Tecnológico para ver o nível de aprendizado dos estudantes, principalmente de quem enfrenta as dificuldades denunciadas. “A falta de estrutura denunciada nos preocupa e temos que provocar o governo para que o sistema funcione a contento. Não estamos questionando o método de ensino, mas falta de estrutura para que o projeto funcione”.

O Ensino Tecnológico ocorre a noite e depende de equipamentos eletrônicos e o fornecimento adequado de energia elétrica  é fundamental para o sucesso do projeto. “Sem isso os estudantes vão ter problemas no aprendizado, e para que isso não ocorra o governo precisa olhar com carinho e resolver o problema e evitar o êxodo rural que pode acarretar em problemas sociais. Parintins tem um índice de criminalidade altíssimo e muitos casos envolvendo jovens e adolescentes vindos interior”.

Para Ernesto, na maioria das vezes, os jovens saem do interior com intenção de estudar, mas ao chegar na cidade, sem apoio familiar acabam na criminalidade. “A ouvir a reivindicação dessa mãe, como representante do povo vamos levar as autoridades competentes o clamor das famílias que estão tendo o estudo dos filhos prejudicados por falta da qualidade do Ensino Tecnológico no interior”, finaliza o vereador.

     Ataíde Tenório

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