segunda-feira, 17 de fevereiro de 2014

Denúncia de tentativa de posse e rasteiradas no PT Parintins



 

A decisão de assumir a Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Limpeza Pública vem acirrando o embate político interno da atual diretoria do Partido dos Trabalhadores (PT), em Parintins. Alguns petistas afirmam que Flávio Farias, vencedor da eleição no dia 10 de novembro do ano passado, ainda não foi empossado nem a executiva local do partido, portanto não poderia tomar tal decisão. Flávio afirma que vai continuar secretário municipal para resolver o problema da lixeira pública. Segundo ele, a decisão de assumir a Secretaria foi um acordo da nova executiva municipal e que a executiva estadual está ciente dos fatos.



    Prof. Lázaro pede que Flávios deixe o PT para assumir a pasta de secretário da atual administração

O professor Lázaro Teixeira, ex-vereador pelo partido e candidato do PT a prefeito de Parintins em 2012, diante dos fatos, encabeça luta pedindo que Flávio deixe o PT para assumir a pasta de secretário da atual administração. “Passei muito tempo calado, mas não posso ver o PT, que sempre foi um partido de luta em favor do interesse do povo, venha a defender um prefeito que enganou o povo. O partido não pode assumir uma postura de aliado a um prefeito que faz um governo que demonstra interesse próprio, maltrata o povo, demite centenas de pais de famílias, e sem projetos, mostra que está fadado ao fracasso”, afirma o Professor.
Lázaro afirma ainda que o diretório municipal determina diretrizes para o partido seguir e na última reunião decidiu-se que o PT local não se aliaria ao PSD e deveria fazer oposição a atual administração. O petista cobra obediência a decisão do diretório. “O PT não tem dono. Quem manda no partido são os filiados. A diretoria deve obedecer ao acordo da última reunião, pois as decisões do PT são feitas assim, de forma coletiva e essa decisão do presidente apoiar a atual administração não foi discutida. O Flávio veio de outra prática política, se filiou ao PT, ganhou a eleição e agora acabou metendo os pés pelas mãos. Inclusive dos próprios filiados do partido que o ajudaram a se eleger”, afirma.

Licença ou expulsão

Ao tomar conhecimento da atitude do presidente do PT, Lázaro Teixeira considera digna a atitude do vereador Gerson Morais. “Quando o Gerson sentiu que o PT não era a praia dele, ele foi íntegro e pediu para sair da Sigla. Não importa as condições, o importante é que no momento que sentiu não ser petista deixou o partido. Então digo a mesma coisa, o Flávio não é petista. Ele mostrou isso quando era vereador e, buscando a reeleição, apoiou o candidatura de Alexandre, apesar do partido ter candidato a prefeito”, afirma.
Segundo Lázaro Teixeira, há um processo de expulsão contra o Flávio, mas ele conseguiu reverter a situação. “Mesmo eleito presidente ele não é petista e ele próprio sabe disso. As práticas dele não são de petista, por isso, como cidadão e petista, peço que ele deixe o partido e fique na pasta de secretário, já que é isso que ele quer desde a época da campanha”.
Por telefone, Flávio Farias afirmou que a decisão de assumir a Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Limpeza Pública foi do novo diretório municipal do PT, que optou em apoiar a atual gestão pública, e a decisão da executiva passada não tem mais validade. “Após empossada, a nova diretoria reuniu e tomou a decisão. Inclusive a ata que consta a posse foi enviada ao diretório estadual do partido e garanto que estamos fazendo tudo na legalidade. Tanto é verdade que a executiva estadual vem a Parintins para formalizar a junção PT/PSD”.

Posse

Flávio Farias garante que a decisão foi tomada pela maioria da nova executiva

O presidente garante que a decisão foi tomada pela maioria da nova executiva municipal que tem 15 membros. O grupo de Antônio Andrade que ficaria com 11 lugares na executiva municipal, segundo ele, não quis participar da reunião e tentou impedi-lo de tomar posse.
 “Optamos em assumir a pasta de secretário de meio ambiente porque vamos resolver a questão da lixeira em Parintins. Assim podemos ajudar a cidade a ficar mais limpa, pois vamos fazer o aterro sanitário. O grupo do Antônio Andrade e a ex-diretoria tentaram me dar uma pernada e não realizar a posse da nova diretoria. No dia que aconteceria a posse, eles não mandaram convites. Só por volta de 10h, através de mensagens de celular, convidaram o pessoal e não me convidaram nem se quer por mensagem. Mas eles acharam que ficaríamos parados como fez o ex-presidente, David Xavier, porém providenciamos a posse que foi feita pelo vice-presidente do partido, o senhor Domingos Brasil junto com a maioria do antigo diretório”.
Quanto à acusação de não ser petista e ter provado isso na campanha de 2012 com o apoio a candidatura de Alexandre da Carbrás, feita pelo professor Lázaro, o presidente afirma que vai processá-lo, por não ser verdade.

 
              Antônio Andrade disse que o PT está sem  presidente em Parintins

Ao ser procurado por nossa equipe, Antônio Andrade foi enfático ao dizer que no momento o Partido dos Trabalhadores, em Parintins, está sem presidente, diretório e executiva, pois foram eleitos, mas não empossados. Ele garantiu que executiva estadual deve emitir o parecer até o dia 28 deste mês para resolver o problema e as diretorias serem empossadas, mas revela que o impedimento da posse da nova diretoria foi a chapa vencedora não estar completa, pois não apresentou a cota de etnia e pode perder três vagas no diretório municipal.
“As chapas para concorrerem eleição no PT precisam apresentar 50% de homens e 50% mulheres. Desse total 20% apresentado tem que ser com filiados com idade abaixo de 29 anos e 20% com filiados étnicos. A chapa do Flávio ganhou a eleição que pelo resultado daria o direito a 15 membros na diretoria e nós ficaríamos com 11 membros. Como eles não apresentaram a cota de negros ou índios, que no caso representa 3 vagas, perdem vagas e ficam com 12 membros e mais o presidente, e nós ficaremos com 14 vagas. E é isso que a executiva estadual está resolvendo e só após o resultado a nova diretoria toma posse”, afirma.

Respostas



José Otoni é secretário de assuntos institucionais do PT  no Amazonas

Nossa redação entrou em contado com o diretório estadual para que eles se pronunciassem sobre o caso e falamos com o senhor José Otoni Raposo Diorgenes, secretário de assuntos institucionais do PT Amazonas. Ele garante que, “enquanto a permissão ou autorização sobre os deferimentos que o presidente municipal do PT em Parintins em assumir um cargo na administração atual é de total desconhecimento da executiva estadual. Esse assunto se quer foi colocado em pauta. A executiva estadual não tem conhecimento do assunto e não legitimou ou deu qualquer aval ou assinou qualquer coisa dessa natureza. Quando a situação da composição do diretório e da executiva municipal, o caso está em tramite e o resultado ainda não saiu. E hoje para dirigir o partido o presidente tem que seguir o estatuto, a proporcionalidade de cada chapa e os percentuais geracionais”.
O diretor executivo do PT estadual revela que o PT Parintins apresentou algumas pendências e o presidente, o diretório e a executiva só poderão tomar posse após á decisão da diretoria estadual. “Até o dia 28 de fevereiro as pendências devem ser resolvidas. Se as duas chapas compostas para a eleição em Parintins não apresentarem as cotas de mulheres, jovens, índios e negros como determina o estatuto do partido, Parintins deixa de ter diretório e passa a ser uma comissão provisória. Isso está no regulamento do PT e tem que ser cumprido. Se não houver problema daremos uma decisão definitiva, compõe-se o diretório, o diretório escolhe a executiva e tudo termina bem”. 

Ataíde Tenório (ataidetenorio1@hotmail.com)

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