Um braço quebrado, um corte
de aproximadamente vinte centímetros na cabeça, e ferimentos por todo corpo,
foi o resultado de uma luta entre, o mateiro Otávio Correa Moutinho, 65,
conhecido como Inajá, e uma Onça Pintada na manhã de domingo, 20, na comunidade
Guaranatuba no Rio Mamurú. O ataque do felino contra “o Tarzan da Amazônia”
como está sendo tratado o mateiro, aconteceu em um ramal quando ele caminhava
na mata para coletar cipó que usaria na confecção de paneiros.
“Quando eu vi, ela
levantou e partiu para pular em mim, eu meti o pé no peito dela, então caiu para
o outro lado, conseguir me afastar pegar a espingarda e dei o primeiro tiro,
mais aí veio de novo e mordeu meu braço esquerdo, os cachorros pularam nela, e
quando se destraiu conseguir pisar nela de novo, virei uma cambalhota pra traz
para que não pudesse me amassar. Conseguir me equilibrar, pegar a arma e dei
outro tiro e matei a Pintada” relata Otávio Correa.
O Mateiro diz que quando
percebeu estava todo machucado. “No ataque ela levou as garras na minha cabeça
e abriu essa brecha, feriu minha perna e várias partes do meu corpo. Meu braço
quebrou com a mordida, deixei a espingarda no toco de um pau e vim embora. Com
muito sangue no meu rosto e nas botas, pensei em parar e beber água de um poço,
mas queria mesmo chegar em casa e sobreviver. Quando cheguei não havia ninguém,
tive que ir para casa de um vizinho que me levou para onde mora o um indiozinho
Sateré, que pediu para o agente de saúde do Guaranatuba me trazer a Parintins.
Quando ficar bom volto pro interior, pois lá vivo feliz, finaliza.
Tarzan
da Amazônia foi atacado sete vezes por onça
“Tenho muitas marcas por todo
corpo deixado por ataque de onças. Eu tinha 38 anos, morava no Rio Jatapú
quando briguei com a primeira onça pintadona, foi dentro d’água. Aquela botou
pra me comer mesmo. Mas quando já que ela conseguiu. Ela veio pra cima e eu
pulei n’água. Ela botava pra cima de mim e eu mergulhava, quando boiava botava
o terçado nela, até que consegui arriá a bichona”.
Assim, o mateiro Otávio
Correa conta como venceu a primeira das sete onças que teve que matar por terem
o atacado. “Já matei sete onças, elas tentam me atacar e por querer viver tive
que matá-las. Até agora já tiraram meu sangue, me deixaram todo machucado com
várias marcas no corpo, mas continuo vivo”.
Otávio Correa, que agora está
sendo chamado de “Tarzan da Amazônia”, deu entrada no Hospital Padre Colombo
por volta de 23h de domingo, onde recebeu atendimento médico, afirma. “Nasci em
12 de novembro de 1946 e trabalho no mato desde os 11 anos de idade, quando
morava na cidade de Itapiranga. Já fui mateiro de muita gente trabalhando na
exploração de pau rosa, e outros tipos de madeiras. Mas, mesmo que esses bichos
tentem me atacar, prefiro morar no interior”.
Segundo a enfermeira Milena
Sarrazinho, o Tarzam da Amazônia já foi operado. “Seu Otávio se encontra em um
dos leitos pós-operatório aqui no hospital. Ele foi submetido a uma cirurgia no
pulso esquerdo pelo Ortopedista Renato Fonseca Meneses que colocou pinos para
recuperação da fratura que foi provocada pelo ataque da onça. Ele passa bem e
em breve deve está recuperado e pode ter alta”, relata a enfermeira.
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