Brincadeira se torna espetáculo proporcionado por pequenos artistas
“Eu tinha 5,
e meu irmão tinha 7 anos. Éramos muito crianças. E como não podíamos ir até o
boi, decidimos trazer o boi até nós. Fazíamos a réplica do Bumbódromo, e
colocávamos o mini Garantido e mini Caprichoso. Os mini bois eram brancos
feitos de tampas de carteiras de cigarro, ambos com fita uma azul, e outra vermelha.
No meio do mini bumbódromo soltávamos as paquinhas (um inseto) que
representavam alegorias em movimento”.
Com essa
declaração, o acadêmico de matemática da Universidade Estadual do Amazonas (UEA),
Francijaner Matos da Silva, 27, conta como surgiu a brincadeira que ele e o
irmão Francijuner Matos da Silva, 29, criaram, o que originou os mini bois
Garantido e Caprichoso.
Fracigener
diz que a família torce pelo Garantido, e que em épocas passadas, o pai não os
levava para assistir o boi porque eram crianças. “Sentíamos a emoção que todo
mundo sente em ver Garantido e Caprichoso na arena, e no máximo que meu pai
fazia, era nos levar ao curral. Por isso começamos a fazer o mini Bumbódromo e
os mini bois. Era uma brincadeira de criança, feita porque a gente queria ficar
perto dos bois”, lembra.
Ele diz ainda
que, na época chamavam os bois de Garantidinho e Caprichozinho, e com o tempo
foram registrados: Mini Garantido e Mini Caprichoso. “Naquele tempo agente
brincava como criança, com carrinho e cuidando das coisas como brinquedo mesmo.
Não tínhamos essa visão, e nem ideia que nossa vontade de brincar de boi, uma
brincadeira de criança, fosse alcançar a dimensão que tem hoje”, finaliza.
Separação
Segundo
Francijaner Matos, após alguns anos começou a participar de um grupo de jovem
do Dejard Vieira, onde muitos frequentadores eram do bairro Itaúna. “Quando eles
viram a gente brincando, pediram para participar. Depois de um tempo, um dos
meninos, torcedor do Caprichoso, propôs a separação e nós aceitamos. Ficamos
com o Mini Garantido no Dejard Vieira, e eles com o Mini Caprichoso no Itaúna”.
O acadêmico
de matemática revela que sente emoção e prazer em ver como a brincadeira que
iniciou quando criança cresceu ao ponto de proporcionar um espetáculo que, assiste
juntamente com milhares de pessoas. “Isso me emociona e faz recordar quando
íamos à lixeira pegar isopor, o resto que os bois jogavam. Quando as pessoas
nos viam juntando aquele material, para confeccionar os mini bois, chamavam a
gente de doido”, conta.
O estudante
acrescenta que assistindo a brincadeira, diz que tudo valeu a pena. “Para mim
isso não é orgulho, é um prazer, sei que Parintins gosta de boi bumbá, folclore,
e acumula o ano todo o poder da arte, é isso que acontece com o Mini Festival,
as crianças têm prazer em fazê-lo”, afirma.
Para ele, o
espetáculo proporcionado no Mini Festival 2012, é a prova que todo parintinense
nasce com o dom da arte, e desde cedo começa a criar. “A visão do mini Garantido
é que toda criança, nos mini bumbás, seja valorizada e possa expressar esse dom
maravilhoso da arte, para que a essência não se perca”, finaliza.
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