Moradores das áreas baixas do
Palmares estiveram na redação do Gazeta Parintins para cobrar da administração
pública a construção de pontes e a doação de madeiras para construção de
marombas naquela área. Eles afirmam que, das 15 famílias que tiveram as casas
atingidas pelas águas, apenas três foram beneficiadas com tábuas.
Segundo Normando Santarém, que está
com a casa praticamente tomada pelas águas, “a Defesa Civil me deu duas dúzias
de tábuas de azimbre que fiz uma maromba, mas o resto da casa está tudo no
fundo. Já avisamos que nesse local, várias famílias estão isoladas sem poder
sair de casa, mas o prefeito só apareceu aqui na época da campanha, agora ele
nos esqueceu, pois agora parece que está fugindo do compromisso que fez
conosco”.
Normando protesta: “O engraçado é que
nas rádios eles falam que todo mundo está sendo ajudado, mas se você for andar
nas áreas alagadas a realidade do povo é outra. Em Parintins está acontecendo
uma coisa muito ruim, o povo parece está dormindo e a cada dia a coisa fica
mais difícil. Moro com 5 filhos e, assim como todas as famílias que moram aqui,
para chegar ou sair de casa correm risco de molhar os pés, ao passar nessa
ponte velha que está ai no fundo”.
O pescador Aldenor Lopes, 60, está
com a casa no fundo e ainda não recebeu auxílio diz: “Aqui, no Padre Torquato,
quase ninguém recebeu ajuda e todo mundo está lascado. Estamos vivos pela graça
de Deus, já que quase todas as casas estão no fundo e esse perfeito, está pior
que o outro, não ajuda ninguém”.
Aldenor lembra aos vereadores que
foram eleitos para defender o povo. “Eles não foram eleitos para defender o
prefeito ou ficar discutindo besteiras, como ouvimos na Rádio Câmara. Eles
precisam discutir nossos problemas, pois estamos vivendo uma calamidade. Nós
somos seres humanos e precisamos de ajuda. Aqui pelo menos 15 ou 20 famílias
estão em risco e ninguém nada faz”.
O Pescador lamenta: “Nós ouvimos nas
rádios e TV que está tudo bem, agora pergunto: está bem pra quem? só se for pro
prefeito e vereadores, porque pra nós está tudo ruim. Nossos dedos dos pés
estão cheios de mijacão contraído do contato com a água podre. Os banheiros e
sanitários estão todos no fundo, o negócio está ruim mesmo mano”.
Ataíde Tenório
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