Transeuntes se arriscam
diariamente em parte da rua Paraíba tomada pelas águas
A rua Paraíba, nas imediações da
Ponte do Gabião, está coberta pelas águas do Lago Macurany. Segundo os
moradores do local, a água subiu rapidamente e só não invadiu as residências
porque aumentaram os níveis de pisos e assoalhos acima do nível da enchente de
2009.
Um morador que não quis se
identificar, e que será nomeado ficticialmente como José, conta suas
preocupações. “O mais difícil é quando os carros passam em alta velocidade,
pois ainda não inundou a casa, mas quando passam jogam água para dentro. Quando
chove muito, agente fica esperando para ver se vamos para o fundo, por isso
ficamos atentos à nossas coisas pra não se perder. As crianças que precisam ir
à aula tiram as sandálias, os sapatos e vão calçar só onde está em terra”,
expõe.
Perigos
Foto: Denilson Noronha
Um fato que chamou a atenção, durante
a reportagem, foi de crianças que transformavam as águas em “piscina” natural,
sem a preocupação com afogamentos e outros perigos eminentes. Segundo seu José,
na região da rua, há muçuns, pirarucus-boia, pequenos jacarés e cobras.
A enfermeira Camila adverte sobre as
doenças que podem ser contraídas nessas águas. “Toxoplasmoses, diarreias,
micoses, verminoses diversas e outras doenças de veiculação hídrica são
adquiridas pelas crianças que brincam nas águas, por causa do lixo, das fossas
transbordadas que as contaminam. Aconselhamos as mães a orientarem as crianças
maiores sobre esses perigos e manter as menores longe das águas da enchente”.
Estudos
O Coordenador da Defesa Civil, Suammy
Patrocínio, informa que a prefeitura está fazendo estudos para saber se pode
ser feito ripe-rap ou as pontes, como possibilidade para não interditar a
Paraíba. “A via dá acesso a vários bairros e facilita a locomoção até os
hospitais Padre Colombo e Jofre Cohen. Sabemos da importância de não interditá-la,
porém, se deixarmos veículos de grande porte transitar por ela, pode levar mais
água para dentro das casas. Outra preocupação é quanto a segurança da
população, por isso estamos estudando as possibilidades”, explica.
Ainda segundo Patrocínio, a cheia de
2013 ainda não tomou as proporções da maior cheia, no entanto as águas sobem
com mais rapidez e isso dificulta a assistência imediata de todos os moradores
das áreas alagadas. “A enchente está mais veloz que os outros anos, não chegou
a marca de 2009, mas sobe mais rápido. Pedimos compreensão, pois acontece de
construirmos 200 metros de pontes em certas áreas e, na volta, já precisa fazer
mais 100 na mesma rua. Falta madeira legalizada para as construções, mas cremos
que em cinco dias deve voltar a normalidade e construiremos pontes nos lugares
que ainda faltam”, afirma.
Carly Anny Barros
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