quarta-feira, 19 de março de 2014

Rua 11 esburacada e moradores sentem o abandono do poder público




 
         Moradores da rua andam desviando dos buracos e por isso cobram soluções imediatas  da prefeitura municipal 

A rua Rui Canto, conhecida como rua 11, trecho que compreende Ayrton Senna e Gonçalves Maia, bairro Paulo Corrêa, está praticamente toda esburacada e os moradores se sentem abandonados pelo poder público municipal em ter que conviver diariamente com o descaso.  “Desde quando o prefeito Alexandre da Carbrás ganhou a eleição, não liga pra gente e há vários anos a rua está nessa situação. Queremos uma solução, porque andamos desviando dos buracos e se alguém cair tá lascado. É arriscado o ônibus que transporta os alunos tombar e acontecer uma tragédia”, disse indignado o aposentado Pedro Silva e Silva, 74.
O morador ressaltou que quando chove, a situação piora e se a prefeitura fizer a operação “Tapa Buraco” na rua, pede um serviço bem feito. “Não adianta colocar aquele asfalto de péssima qualidade pra depois está tudo a mesma coisa. Caso a prefeitura, o setor de obras continuar sem fazer nada, pensamos como o pessoal da rua 09, plantar árvores de bananeiras nos buracos em protesto, porque só assim pra fazerem algo”, ressaltou o aposentado.

Centro Infantil

No mesmo trecho, é localizado o Centro Educacional Infantil Novo Israel, uma creche de madeira que segundo pais de alunos funciona com uma estrutura precária, porém na mesma rua, há uma obra inacabada do Centro Educacional Infantil do Bairro Paulo Correa, iniciada em agosto de 2012 com orçamento de R$ 1,2 milhão.  O aposentado questiona para onde foi o dinheiro e porque não terminaram a construção. Para ele, mais uma obra está desprezada pelo município.
Dia 04 setembro de 2013, cinco vereadores vistoriaram a obra inacabada e constataram a situação da rua, para o vereador Mateus Assayag, a obra poderia ser entregue se houvesse interesse do atual prefeito.  Na vistoria, o vereador Ernesto Cardoso, informou que se for o caso, a Câmara de Parintins implantará uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para apurar as informações necessárias, se houve culpa da gestão passada ou da gestão atual com as obras inacabadas no município. De acordo com uma dona de casa, seis meses depois, as crateras continuam aumentando e o centro educacional moderno, prometido em 2012, ainda não passa de um sonho.

Geandro Soares

Oito pessoas passam mal ao consumir tucumã e são hospitalizadas




        Tucumãs foram comprados na Feira do Produtor e oito pessoas foram intoxicadas após ter consumido o fruto

Aproximadamente sete meses da morte da estudante Karina Fonseca da Silva, 17, dia 26 de agosto de 2013, quando ela e outras 19 pessoas foram hospitalizadas supostamente intoxicadas por tucumã amadurecido com Carbureto, na noite de quinta-feira (13), oito pessoas também foram parar nos hospitais, possivelmente intoxicadas depois de comer tucumã possivelmente amadurecido com o produto.

As oito pessoas que passaram mal, consumiram a fruta entre 17h e 17h30 e são moradoras do bairro Palmares, quatro de uma família residente na rua 7 de Setembro e quatro na rua Nhmundá. As duas famílias afirmam ter comprado o tucumã por volta de 16h30, na Feira do Produtor, Centro da cidade. A primeira a passar mal foi uma mulher de 30 anos que pediu para ter o nome preservado, mas afirmou que após a merenda da tarde ela, o irmão de 26 anos, a mãe de 65 e um sobrinho de apenas 5 anos de idade foram hospitalizados. “Escapamos de morrer intoxicados após comer tucumã. Merendamos por volta de 17h30 e às 20h estava no Hospital Padre Colombo (HPC) com muito vômito, dores abdominais, tontura, diarreia e sem conseguir respirar. O pior é que mesmo passando mal o médico demorou a me atender”, afirmou.

Segundo a cidadã, ela pediu exames para detectar a razão do problema, mas não foi atendida. “Percebi que corria risco de morte se permanecesse no HPC, devido tanta demora, e pelo médico ter apenas me olhado e receitar remédio sem se quer me examinar ou pedir exame laboratorial. Resolvi seguir para o Hospital Jofre Cohen (HJC) onde foi ainda pior e pensei ir pra casa duas vezes. É muita falta de respeito de alguns profissionais de saúde, ficam batendo papo e não dão a mínima atenção pra gente”, reclama a mulher.



Atendimento



Regiane Alfaia, 29, assistente administrativo, afirmou que dos familiares, ela foi quem mais sofreu com a intoxicação, assegurou que foi bem atendida no hospital Jofre Cohen, mas reclama que os atendentes assim como os médicos deixaram a desejar profissionalmente. Para ela, além de requisitar exames, os profissionais deveriam ter feito lavagem estomacal nela e nas outras pessoas que deram entrada naquela unidade de saúde com suspeita de intoxicação.

“Assim que dei entrada no Jofre Cohen por volta de 23h, comuniquei que havia ingerido tucumã provavelmente manipulado com algum material tóxico, ou outra coisa. Ao ficarem cientes, os profissionais de saúde deveriam ter feito em mim, e nos outros pacientes com o mesmo problema, uma lavagem estomacal para retirar o material acumulado no estômago. Eles estudaram, e pelo menos penso que sabem das consequências que esse tipo de produto causa nas pessoas. Infelizmente, assim como eu, as outras pessoas apenas receberam medicação”, enfatiza Alfaia.

Para as autoridades responsáveis em fiscalizar a procedência e o estado de conservação de produtos comercializados nas feiras e mercados em Parintins, Regiane faz um apelo. “Que a direção dos órgãos competentes em fiscalizar a procedência não só de tucumãs, mas de outros produtos comercializados na cidade, saibam as formas de manipulação das frutas, principalmente nos produtos que nós amazonenses costumamos comer para evitar que aconteça o que vem ocorrendo em Parintins”.



Inoperância



A vítima reclama ainda, da falta de comunicação entre os órgãos que deveriam fiscalizar e garantir a segurança alimentar dos parintinenses. “O pessoal da Vigilância Sanitária diz que a fiscalização desse tipo de coisa não é competência deles e sim da Sempad. Eles deveriam atuar juntos para garantir que pessoas não venham ser intoxicadas, ao consumir um produto, ou morrer vitimadas pela irresponsabilidade de alguém que os manuseia. As pessoas que estão atuando nesses órgãos recebem por isso, então que façam jus aos salários que recebem e atuem”.

Ao lembrar a morte de Karina Silva, a cidadã pede consciência às autoridades para que comecem a fazer algo a fim de evitar que outros casos de intoxicação e morte aconteçam em Parintins. “Os vendedores de tucumã precisam e têm o direito de trabalhar e ganhar o pão de cada dia, mas que façam com responsabilidade. Não sei quem comete erros, se o vendedor ou quem tira os frutos das árvores, o certo que além de ganhar dinheiro eles precisam zelar pela vida dos consumidores e produtos”.


Vigilância Sanitária




Na manhã de sexta-feira (14), nossa reportagem conversou com a coordenadora de Vigilância Sanitária, a enfermeira Juliana Castro, durante inspeção em uma casa na rua 7 de Setembro. Ela não gravou entrevista, mas adiantou que ao saber dos casos, junto com uma equipe de agentes de endemias foi as residências das vítimas averiguar a situação e coletaram amostras de tucumã que foram enviadas para o Laboratório Central de Saúde Pública (Lacen), em Manaus. O Secretário Municipal de Abastecimento e Desenvolvimento Econômico de Parintins, o químico Samaroni da Silva Moura, informou que não havia sido comunicado do fato, e ao tomar conhecimento, tomaria as providências. Na manhã de segunda-feira (17) as vítimas voltaram a ligar para a redação e alertaram que nada havia sido feito por parte dos órgãos competentes, além disso, informaram que uma terceira família também teria sido intoxicada por tucumãs comprados no mesmo local. Nossa equipe não conseguiu comprovar o fato e ainda procurou a direção dos hospitais, mas só conseguiu falar com o diretor do HJC, médico Oswaldo Ferreira. Ele garantiu que vai esperar a formalização das denúncias para tomar as providências se houve ou não falhas no atendimento.


Ataíde Tenório (ataidetenorio1@hotmail.com) 


Servidores efetivos do município ameaçam entrar em greve



 
         Reunião aconteceu no auditório da Embrapa


Em assembleia na tarde de sábado (15), no auditório da Embrapa, dezenas de servidores públicos do município decidiram pela paralisação das atividades caso os direitos deles sobre o plano de carreiras, cargos, vagas e vencimentos, conforme a lei 511 continuem desrespeitados pelo município. A lei foi aprovada e sancionada dia 27 de dezembro de 2011 pela Câmara Municipal de Parintins, e segundo Gladimir Haurodou, membro da comissão dos servidores municipais, eleita dia 01 março, a situação preocupa porque a prefeitura tenta reformular a lei para ser votada na Câmara, e caso aprovada vai prejudicar a categoria.  “Reunimos desde 25 de fevereiro pra reivindicar nosso reajuste salarial, progressões e promoções que temos direitos, pela lei federal e pela lei 511 de 2011, uma vez que já está em pauta na Câmara Municipal uma nova lei sobre plano de cargos dos servidores para votação que vai prejudicar todos os setores do quadro efetivo do município de Parintins”, disse Haurodou.

Gladimir ressalta que a comissão conversou com a procuradoria do município e pautou todos os artigos, capítulos e sessões que foram extintos, da lei 511 de 2011 com a nova proposta que o executivo está encaminhando pra votação na Câmara. “Percebemos que não há vontade do município em querer valorizar o servidor público, por isso, mobilizamos a categoria para solicitar apoio da população por essa causa. Entra e sai gestão e os servidores públicos municipais de Parintins são deixados de lado, muitas vezes colocam pessoas desqualificadas em funções técnicas”, ressaltou Gladimir.



Luta



De acordo com o servidor, a classe vai lutar para que a nova lei não seja aprovada na Câmara Municipal e encaminhou documentos ao Ministério Público para que os direitos adquiridos sejam respeitados.  “Aprovamos na assembleia, pela paralisação se os nossos direitos não forem respeitados. Com essa nova proposta do município que irá para votação na Câmara, teremos perdas, como o piso salarial que não está sendo respeitado na lei 511 nem nessa nova lei que querem aprovar. A nossa luta é pelo direito que já existe, mas está sendo subtraído de todos os servidores do município. Estamos unidos para que essa lei não seja votada do jeito que está sendo proposta”.



Prejuízos



Para Paulo René Paes, a nova lei também vai prejudicar pessoas que pretendem pleitear uma vaga no quadro efetivo da prefeitura futuramente. “Tivemos conhecimento de que o poder executivo está tentando reformular a lei 511, mas essa adequação vai prejudicar os servidores efetivos e as pessoas que um dia vão pleitear uma vaga na prefeitura. A nova lei vai retirar de algumas funções direitos que existem, mas até hoje não usufruímos desse benefício. Com o nivelamento, era pra termos subido para nível 2 em 2011, e neste ano ao nível 3, mas continuamos no nível 1, já que é um direito adquirido, então que seja cumprido”, argumenta o servidor.

Geandro Soares  

Futuros engenheiros vendem balas de cupu, côco e castanha para manter estudos em Manaus



           Welton Senna (esquerda) e Hendreu Reis vendem bala por um preço de R$ 1,00 a unidade

Aprovados pelo Sistema de Seleção Unificada (Sisu) para engenharia florestal na Universidade Federal do Amazonas (Ufam), em Manaus, os parintinenses Hendreu Reis, 17, e Welton Senna, 18, ainda não têm auxílio da faculdade. Para angariar recursos e manterem os estudos na Capital do Estado, cujas aulas iniciam dia 28 de abril, os dois vendem balas para realizar o sonho de ser engenheiros. “Quando eu passei pelo Sisu, em janeiro, liguei pra Ufam e falaram que o edital para abertura de bolsa moradia, auxílio bolsa trabalho, ia ser aberto em março, mas agora, estão reformulando o edital 002 /13, e só em junho ou julho abre o processo seletivo para esses benefícios. Eu e meu amigo Welton Senna tivemos o plano B, vender balas para adquirir recursos de março pra abril, porque só tínhamos dinheiro pra passagem, e contávamos com a bolsa”, declarou Hendreu.

Os dois começaram a vender balas de cupu, côco e castanha dia 12 de março e até o dia 16 já tinha um lucro de R$ 120. “Dia 12, tínhamos R$ 30, e encomendamos 60 balas e vendemos cada uma por um real, vendemos tudo e fomos encomendando mais, agora temos um lucro de R$ 120. Ainda falta muito, porém estamos satisfeitos com as vendas e esperamos que até abril tenhamos o dinheiro pra conseguir uma moradia em Manaus porque o custo de vida lá é bem alto”, ressaltou Reis.


Escolha
 
A escolha por engenharia florestal é a realização de um sonho e um projeto de vida para os dois. “Começamos no segundo ano do ensino médio, a estudar o curso de técnico de meio ambiente pelo Pronatec no Ifam, fomos conhecendo e nos apaixonamos pela área ambiental. Queríamos fazer faculdade pra engenharia ambiental ou florestal, passamos numa pelo PSC e a outra no Sisu. Eu e o Welton, optamos pela engenharia florestal por conhecer o curso, área de manejo e conservação da floresta, engenharia do futuro que trata e cuida do meio ambiente e vai trazer muita renda e lucro”, enfatiza Reis.

Welton Senna relatou que o objetivo é começar a faculdade e seguir o sonho. “Não importa a distância, vamos correr atrás, a família e amigos estão nos apoiando e seremos futuros engenheiros”.  Para quem quiser comprar as balas, pode mandar mensagem para 9390-6946 (Hendreu), 93803410 (Welton) ou facebook.com/HendreuReis.

Geandro Soares