Integrante da
associação afirma que há dois anos denuncia o crime ambiental
A Associação de
Sustentabilidade Ambiental Social e Econômica do Parananema, Macuraany e Aninga
(Asase), formalizou junto a Secretaria Municipal de Desenvolvimento Sustentável
e Meio Ambiente de Parintins (Sedema), denúncia contra a empresa J.M.P da Cunha
que estaria despejando dejetos humanos em um terreno
próximo ao antigo balneário Cristina e poluindo a nascente do lago Macurany. A ação também aconteceu junto ao Instituto de
Proteção Ambiental do Amazonas (Ipaam) e Instituto Brasileiro do Meio Ambiental
e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama). O proprietário da empresa afirma
ter autorização para a atividade e busca legalizar projeto ecológico.
O ambientalista Luiz
Viana que assinou o documento afirma. “Já tentamos falar com o responsável pela
empresa que está despejando dejetos proveniente de fossas biológicas em um
terreno próximo a Cristina, mas não conseguimos diálogo com ele. Formalizamos a denúncia junto aos órgão
ambientais responsáveis em proteger a natureza para ver se alguém consegui
parar ou fazer com esse pessoal faça isso de maneira correta”.
Sujeira
Viana afirma que os
dejetos são jogados ao ar livre e quando chove a sujeira é depositada em uma
lagoa e desce um canal até o local. “Essa água poluída chega ao Regaço
Ecológico onde as pessoas se banham e outras até consomem. No local onde são
jogados os dejetos, era uma lagoa onde se criava marrecas e outros pássaros. O
dejeto matou as plantas nativas e aquáticas, lá está tudo seco, até o poço
secou”, informa.
Para Luiz, os órgãos
competentes têm que fazer algo para salvar a nascente do lago Macurany. “Na
verdade as pessoas que utilizam em momentos de lazer os balneários também estão
correndo perigo de contrair doenças provocadas pela poluição naquela área. Há
pelo menos dois anos denunciamos e ninguém faz nada para impedir esse crime
contra a natureza”, reclama Luiz Viana.
Proprietário
da JMP Cunha afirma que não existe poluição no local
Sávio Cesar Reis da
Cunha, proprietário da J.M.P (nome fantasia, Limpef), afirma ter conhecimento
da realidade. “Somos conscientes do que está acontecendo, e não existe poluição,
temos uma parceria com o proprietário do terreno onde o dejeto é despejado.
Existe um projeto para criação de campineira no local e providenciamos a
documentação junto ao Ipaam”, garante.
Segundo ele, conforme a
Lei Nº 387/2006, Decreto 07/2009 a empresa é autorizada pela Sedema para atuar
na coleta e destino final de resíduos sólidos. “Estamos com a licença de
conformidade da Sedema e com o cadastro técnico federal ambiental do Ibama. Esses
documentos seguem para o Ipaam que dará o parecer final para que possamos
movimentar o projeto”, assegura.
O empresário diz que vão
aproveitar os resíduos a partir da liberação dos documentos que estão requerendo
dos órgãos ambientais. “Faremos uma área para tratar esse material e a água que
sair dali vai ser limpa, o material que ficar será aproveitado para adubar a
campineira que será feita no terreno. Já começamos a arar a terra para isso, e
vamos preparar uma área forrageira para quando o rio encher o gado ter pasto
pra comer”.
Sávio revela que estar
tentando resolver as coisas da melhor forma. “Espero que não me recriminem, sou
pai de família trabalhador e estou tentando ajeitar as coisas sem prejudicar
ninguém. Faço a minha parte até porque o meu serviço é um bem comum para
sociedade, e assim como muita gente de família humilde, estou tentando
sobreviver e acredito que tudo vai dar certo”, finaliza.
Sistema
de esgotamento sanitário
Segundo Alzenilson
Santos de Aquino, subsecretário Municipal de Desenvolvimento Sustentável e Meio
Ambiente, a Limpef está com um processo de construção do sistema de esgotamento
sanitário. “É um processo que precisa de licença do Ibama, da Sedema e do
Ipaam. Eles estão recebendo orientação de uma empresa de Manaus e como
experimento já estão fazendo a recuperação da área degradada, ou arenosa em um
terreno na área”, assegura.
Alzenilson revela que
estão articulando uma reunião com o agente ambiental Joel Araújo do Ibama e o
pessoal da Asase. “O senhor Sávio está buscando junto a Sedema e o Ibama
legalizar os documentos para iniciar a construção da estação de tratamento.
Isso não exime eles da responsabilidade do documento do Ipaan para depois a
licença de operação da estação”.
De acordo com Aquino
estão pedindo e ajudando para que acelerarem o processo para finalizar e
apressar a liberação do projeto, pois vão construir o sistema de tratamento. “Ele
afirmou que já está com a documentação de sessão de uso de uma área de 15
hectares, onde em parceria com uma empresa de Manaus vão construir o aterro,
onde os dejetos após o processo de descontaminação vai servir de adubo. Espero
que o projeto seja feito e o problema resolvido”, finaliza.