domingo, 23 de dezembro de 2012

Asase denuncia empresa por crime ambiental

     
     Integrante da associação afirma que há dois anos denuncia o crime ambiental

A Associação de Sustentabilidade Ambiental Social e Econômica do Parananema, Macuraany e Aninga (Asase), formalizou junto a Secretaria Municipal de Desenvolvimento Sustentável e Meio Ambiente de Parintins (Sedema), denúncia contra a empresa J.M.P da Cunha que estaria despejando dejetos humanos em um terreno próximo ao antigo balneário Cristina e poluindo a nascente do lago Macurany.  A ação também aconteceu junto ao Instituto de Proteção Ambiental do Amazonas (Ipaam) e Instituto Brasileiro do Meio Ambiental e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama). O proprietário da empresa afirma ter autorização para a atividade e busca legalizar projeto ecológico.
O ambientalista Luiz Viana que assinou o documento afirma. “Já tentamos falar com o responsável pela empresa que está despejando dejetos proveniente de fossas biológicas em um terreno próximo a Cristina, mas não conseguimos diálogo com ele.  Formalizamos a denúncia junto aos órgão ambientais responsáveis em proteger a natureza para ver se alguém consegui parar ou fazer com esse pessoal faça isso de maneira correta”.

Sujeira

Viana afirma que os dejetos são jogados ao ar livre e quando chove a sujeira é depositada em uma lagoa e desce um canal até o local. “Essa água poluída chega ao Regaço Ecológico onde as pessoas se banham e outras até consomem. No local onde são jogados os dejetos, era uma lagoa onde se criava marrecas e outros pássaros. O dejeto matou as plantas nativas e aquáticas, lá está tudo seco, até o poço secou”, informa.
Para Luiz, os órgãos competentes têm que fazer algo para salvar a nascente do lago Macurany. “Na verdade as pessoas que utilizam em momentos de lazer os balneários também estão correndo perigo de contrair doenças provocadas pela poluição naquela área. Há pelo menos dois anos denunciamos e ninguém faz nada para impedir esse crime contra a natureza”, reclama Luiz Viana.

Proprietário da JMP Cunha afirma que não existe poluição no local

Sávio Cesar Reis da Cunha, proprietário da J.M.P (nome fantasia, Limpef), afirma ter conhecimento da realidade. “Somos conscientes do que está acontecendo, e não existe poluição, temos uma parceria com o proprietário do terreno onde o dejeto é despejado. Existe um projeto para criação de campineira no local e providenciamos a documentação junto ao Ipaam”, garante.
Segundo ele, conforme a Lei Nº 387/2006, Decreto 07/2009 a empresa é autorizada pela Sedema para atuar na coleta e destino final de resíduos sólidos. “Estamos com a licença de conformidade da Sedema e com o cadastro técnico federal ambiental do Ibama. Esses documentos seguem para o Ipaam que dará o parecer final para que possamos movimentar o projeto”, assegura.
O empresário diz que vão aproveitar os resíduos a partir da liberação dos documentos que estão requerendo dos órgãos ambientais. “Faremos uma área para tratar esse material e a água que sair dali vai ser limpa, o material que ficar será aproveitado para adubar a campineira que será feita no terreno. Já começamos a arar a terra para isso, e vamos preparar uma área forrageira para quando o rio encher o gado ter pasto pra  comer”.
Sávio revela que estar tentando resolver as coisas da melhor forma. “Espero que não me recriminem, sou pai de família trabalhador e estou tentando ajeitar as coisas sem prejudicar ninguém. Faço a minha parte até porque o meu serviço é um bem comum para sociedade, e assim como muita gente de família humilde, estou tentando sobreviver e acredito que tudo vai dar certo”, finaliza.

Sistema de esgotamento sanitário

Segundo Alzenilson Santos de Aquino, subsecretário Municipal de Desenvolvimento Sustentável e Meio Ambiente, a Limpef está com um processo de construção do sistema de esgotamento sanitário. “É um processo que precisa de licença do Ibama, da Sedema e do Ipaam. Eles estão recebendo orientação de uma empresa de Manaus e como experimento já estão fazendo a recuperação da área degradada, ou arenosa em um terreno na área”, assegura.
Alzenilson revela que estão articulando uma reunião com o agente ambiental Joel Araújo do Ibama e o pessoal da Asase. “O senhor Sávio está buscando junto a Sedema e o Ibama legalizar os documentos para iniciar a construção da estação de tratamento. Isso não exime eles da responsabilidade do documento do Ipaan para depois a licença de operação da estação”.
De acordo com Aquino estão pedindo e ajudando para que acelerarem o processo para finalizar e apressar a liberação do projeto, pois vão construir o sistema de tratamento. “Ele afirmou que já está com a documentação de sessão de uso de uma área de 15 hectares, onde em parceria com uma empresa de Manaus vão construir o aterro, onde os dejetos após o processo de descontaminação vai servir de adubo. Espero que o projeto seja feito e o problema resolvido”, finaliza.

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