Wennek Marrone
perdeu o dedo anelar ao ser atacado por um pirarucu-boia quando brincava n’água (foto: Geandro Soares)
Wennek Marrone Soares, 11, perdeu o
dedo anelar esquerdo ao ser atacado por um pirarucu-boia quando estava pulando
n’água na companhia de colegas na Agrovila Caburi. O fato aconteceu ontem por
volta de 15h, a cerca de 20 metros da margem.
Ao ouvir o grito do menino, um senhor
o salvou do ataque e o levou para a margem, de onde foi conduzido ao posto de
saúde Denizal Pereira, e em seguida encaminhado a Parintins onde está internado
no Hospital Padre Colombo (HPC). A mordida foi fatal e decepou o dedo do
garoto. O menino e a tia conversaram na noite de ontem com a reportagem do
Gazeta Parintins. “Estava brincando de manja com meus colegas, quando o peixe pirarucu-boia
puxou meu dedo e comecei a gritar de dor, mas o pessoal pensava que era
brincadeira, quando espirrou sangue, perceberam que era grave. Um senhor me
buscou para a margem. Me levaram no posto e após nos mandaram a Parintins, onde
no Padre Colombo fizeram os curativos”, relatou Wennek. Segundo o garoto essa foi à primeira vez que
viu um pirarucu-boia.
Mirley Carmo acompanha o sobrinho no
hospital e comenta que no desespero Marrone puxou a mão, o que pode ter contribuído
para a perda do dedo. “As crianças sempre brincam, agora que aconteceu isso,
estão com medo de pular n’água naquele local que fica no final da rua
Parintins, no Caburi”, declarou. Mesmo com a perda do dedo, o menino disse a
reportagem, que está animado para o retorno às aulas, na próxima segunda-feira
(10), para isso, espera estar recuperado.
Espécie Rara
Foto: internet
O pirarucu-boia é uma espécie rara
chamada Lepidosiren paradoxos, que é metade peixe e metade cobra. Com o corpo
arredondado e comprido, pode ultrapassar um metro de comprimento.
O peixe provoca medo e apreensão aos
moradores de municípios do Amazonas que sofrem com a grande cheia do rio,
principalmente em localidades de várzeas e igapós. Em entrevista a repórter
Islânia Lima, do Portal D24AM, o especialista em peixes de água doce do
Instituto de Pesquisas da Amazônia (Inpa), biólogo Jansen Zuanon, disse que o
animal é nocivo e pode ser encontrado em diversas áreas alagadas tanto em
cidades do interior como também na capital do Amazonas.
O pesquisador afirma que a espécie
vive isoladamente e, divido a cheia, fica mais difícil conseguir alimento e
acaba aproximando o animal de casas e beiradas de rio. “O medo das pessoas é
por conta da aparência do animal, com dentição forte capaz de arrancar pedaço
com uma mordida. Ele só ataca se alguém colocar o dedo na boca dele”,
ressaltou.
Jansen conta que existem histórias
folclóricas a respeito do animal e uma delas é que o peixe morde a língua de
bois em áreas de igapós, levando o animal a morte. Já outros afirmam que a
mordida do animal chega a ser tão forte que o membro atingido precisa ser
amputado.
Incidente
Foto: internet
Outro caso que aconteceu ontem no
Caburi, foi o de um menino de dois anos que colocou um grão de feijão no ouvido
enquanto brincava. A família levou o menino para o posto de saúde da
localidade, mas na unidade de saúde, não conseguiram retirar o grão, por isso,
a criança foi encaminhada a Parintins. No HPC o garoto passou por cirurgia
simples e o médico conseguiu retirar o grão do ouvido do garoto. Segundo
parentes, o procedimento cirúrgico foi um sucesso e ele passa bem.
Geandro Soares
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