Após sete anos atuando na 3º Delegacia Interativa de Polícia
(3ª Dip), de Parintins, o delegado Ivo Cunha, natural do Pará, vai deixar a
cidade quarta-feira (19), para atuar na delegacia do município Careiro
Castanho. A portaria da transferência foi divulgada no Diário Oficial do Estado
neste fim de semana.
“Primeiramente foi cogitado para eu
assumir a delegacia de Barreirinha, onde já tive oportunidade de desempenhar
meu trabalho e deixei muitos amigos, mas reconduziram-me ao Careiro Castanho.
Sou funcionário público e onde me colocarem eu trabalho. Em relação à família, facilitou,
pois Careiro tem voo direto pra Santarém (PA); a perda é porque gosto de
Parintins, o povo me acolheu e nesses sete anos fiz o possível para desempenhar
o meu papel com dignidade e respeito. Outros delegados permaneceram pouco tempo aqui, como permaneci
um longo período, houve respeito recíproco da
sociedade com a polícia e tentamos fazer o possível para resolver os
problemas”, afirmou Cunha.
Casos
O delegado informou que desde 2007,
quando assumiu a 3ª Dip, houve 70 casos de homicídios na cidade, média de 10
por ano, dos quais 97% foram solucionados. “Só não desvendamos dois casos. O
caso Omar Faria (vítima assassinada com requintes de crueldade), faltaram
provas para condenar o suposto autor. Outro, do rapaz indígena que dormia
debaixo de uma árvore e foi atingido com uma estocada pelas costas. A vítima
não tinha passagem pela delegacia, fizemos de tudo, mas infelizmente não
encontramos o assassino. Embora haja ocorrências em Parintins, é um dos
municípios acima de 100 mil habitantes com menor índice de homicídio no país”.
Sobre o tráfico de drogas, Ivo Cunha
afirma ser algo recorrente e que a maioria dos traficantes atuais de Parintins
já trafica há anos. “São poucas novidades. A gente estava monitorando,
infelizmente eu fui transferido, ainda não queria ir embora, mas pediram para
eu cumprir a missão em outro município. Espero que o próximo colega também
combata com veemência esse crime que é maior destruidor de lares, porque um
viciado furta, agride pais, irmãos, a vida dele e de quem vive com ele vira um
inferno. Os traficantes aliciam menores para o tráfico e acabam com o futuro de
crianças e adolescentes, que se tornam “aviãozinhos”. A pena deveria ser mais
rigorosa para esses bandidos”.
O Delegado enfatiza que nos últimos
sete anos, cerca de 250 flagrantes por tráfico de entorpecentes foram
realizados pela 3ª Dip. “Fizemos duas operação contra o tráfico e roubo, a
única cidade do Estado com operação local, realizamos todo o levantamento e
conseguimos 100% de êxito. Saio, mas desejo muita sorte pro colega que vai
assumir a 3ª Dip, que venha com ânimo, faça parte da comunidade, com certeza, a
cidade vai recebê-lo bem”, declarou.
O delegado tem 27 anos prestados ao serviço público, dos quais 12 dedicados a Polícia Civil. Ele revela que virá a Parintins sempre que puder. “A gente criou um
vinculo forte com a cidade, se tiver oportunidade volto a trabalhar como
delegado de Parintins, pois o povo daqui é alegre, ordeiro. Claro que há
mazelas sociais, como em todas as cidades. Mas tenho que agradecer pela amizade
com este povo e colaboração, inclusive da imprensa parintinense, que nos ajudou
muito nos desvendamento de vários crimes”.
Ataíde Tenório e Geandro Soares
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