Artigo

Quem se propõe a fazer melhor não pode fazer igual (ou pior)



* Márcio José Miranda Farias
Parintins! Cidade que já teve muitos nomes antes de ser Parintins. Pra mim os mais interessantes são esses dois: Vila Nova da Rainha, Vila Bela da Imperatriz... Certamente alguém queria agradar a nobreza portuguesa e consequentemente ser beneficiado com tal gesto. Ao completar 161 anos deve estar se sentindo uma filha rejeitada. Coitada! No dia de seu aniversário não se vê nada de diferente. A cidade vive as mesmas coisas com o “formato” diferente. Tenho certeza que em outros lugares, com o nome, fama e apoio de outras esferas do governo, como este torrão tem, a coisa seria bem diferente. Eu não aceito que a capital da arte e da cultura seja tratada deste jeito no dia de seu aniversário. Há alguns anos foi criado um Festival de Toadas para ser a principal atração do aniversário da cidade, uma bela iniciativa, mas aos poucos foi se tornando algo restrito para algumas pessoas em particular às famílias dos compositores, intérpretes enfim. O mesmo festival ganhou “novo” formato, por isso vou chamá-lo de novo Fecapin, contudo continua sendo uma festa pra poucos. A prova disso é que se o povo quis assistir a principal atração da Festa, notou a falta da aconchegância do carnaval e da festa dos visitantes nas arquibancadas cobertas, mas os camarotes da realeza estão apostos. Pois bem. Quem saiu às ruas não viu motivos ou talvez nem fazia ideia que era ou era pra ser um dia de festa. Aqui do aconchego do meu lar onde ainda posso estar em contato com a vida verde e natural, assim que se rompeu a aurora tive a impressão de ter ouvido fogos, de sinos badalarem anunciando que a cidade estava em festa. Ao sair na rua também tive a impressão de estar diante de uma multidão de jovens, adultos e crianças nas ruas disputando o que seria a Corrida Tupinambarana. A corrida das crianças (mirim) saía da Lombrigueira (Final da Rua Sen. José Esteves-Palmares). Quando me dirigia ao centro da cidade deparava-me com um intenso movimento nos salões de beleza. Eram as garotas se preparando para o desfile Miss Parintins 2013. Na rádio os locutores o informavam o horário Concurso de Redação ou Obra Literária como tema: Parintins 161 e não 171... Enfim... Neste momento uma nuvem pirulitos “testa amarela” canta em meu murucizeiro e eu volto a realidade. Puts! Era só impressão. O clima nublado desta hora, mostra realmente o tempo que a cidade vive. Parintins se sente que nem o pobrezinho de Nazaré no dia de seu aniversário. Tudo é importante menos ele. Não sei a quem interessa ver essa cidade tão divulgada mundo a fora desse jeito. Não peço perdão de ninguém se vou ofender. Porque não estou ofendendo. Senhores governantes de minha terra. Tenham decência e respeitem O POVO e não apenas o seu povo que vocês escolheram para passarem a ideia de total, porque diferente do que dizia Luiz Fernando Veríssimo na Crônica O POVO. O Povo não é um estorvo. Não maquiem a coisa, ou então façam como o colega de vocês da ficção deputado João Plenário e falem a verdade “eu quero é que o povo se lasque”. Assim todos ficam sabendo de fato quais são suas reais intensões. Não é isto que quero pra minha cidade. Não é assim que deve se comportar quem se propõe a dirigir os destinos de um povo. Quem se propôs a fazer melhor não pode, nem deve fazer igual (ou pior). Mesmo assim, neste dia queria parabenizar minha amada e agora sonhadora Parintins, à Veneza do Amazonas, como assim queriam chamá-la na década de 90 quando da construção da Ponte Gabião e dizer-te: Contenta-te neste dia com o afago do Rio Amazonas, pois apesar de seus governantes insistirem em apenas usarem-te. Túcontinuas sendo o doce mimo nas mãos do Senhor!

* Professor da Rede Publica Municipal de Ensino

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Cadê a fiscalização?

* Ataíde Tenório

Em maio de 2012, com a subida do nível do rio Amazonas, as águas invadiam ruas e casas das áreas baixas da cidade. Nas ruas, qualquer carga de madeira em triciclos e carroças, sem procedência comprovada, eram apreendidas e imediatamente doadas a Defesa Civil do Município. Por informações de agentes, serviriam para construção de pontes e marombas às vítimas da enchente. Moradores de Barreirinha reclamavam que projetos de manejo florestal simplificados eram liberados a empresários.
Na manhã de 12 de maio, estava na Barreira do Andirá e por volta de 6h uma balsa lotada de toras de madeira saiu do rio Andirá ao Paraná do Ramos. Registramos e atendendo apelo de comunitários, por celular, acionei o Ibama, Sedema e Defesa Civil em Parintins que fiscalizassem a balsa, que para minha decepção, não foi averiguada.
Na edição de 13 de maio, em repúdio aos fatos, publicamos fotos da balsa e duas notas sobre as fiscalizações do Ibama às madeiras transportadas em triciclos e carroças que eram apreendidas, enquanto os grandes madeireiros, transportavam livremente centenas de metros cúbicos de toras pelos rios da região sem que fossem importunados. Uma controvérsia, pois na Constituição Brasileira, a lei é para funcionar igual para todos. E pelos fatos não ocorria em Parintins.
Não julgo A ou B, mas é bom que os órgãos governamentais ligados ao meio ambiente, em suas fiscalizações, beneficiem grandes e pequenos extratores. E que as liberações de projetos de manejo simplificado, sejam aos grandes e pequenos proprietários de terra. Que as apreensões não sejam somente a madeira transportada em triciclos e carroças, mas nos grandes carregamentos que desfilam livremente nos rios da região em balsas ou barcos com porões lotados de madeiras, se forem ilegais, é claro.
Na época, questionei os agentes do Ibama local porquê da não fiscalização a balsa, e informaram que não havia logística para fazer a diligência. O certo foi que, sem qualquer intervenção, a balsa com os milhares de metros cúbicos de madeira desfilou livremente e sumiu em direção ao rio Mamuru, segundo agentes do Ibama. Por essa razão, publiquei foto da balsa e as NOTAS e no fim do dia 13 fui chamado ao escritório do Ibama e fui informado que os agentes sabiam onde estava a balsa e em dois dias iriam averiguar os documentos e a procedência da carga.
Até o fechamento desta edição, ontem (9), quase 6 meses do ocorrido, ninguém do órgão confirmou a este veículo de comunicação, a ida de agentes ao local, se foram, não  informaram se a carga era ou não legal. Não quero culpar a ponta do iceberg, o escritório local do Ibama que aliás, funciona precariamente. Isso acontece pela falta de investimento do Governo Federal em todos os órgãos ligados ao meio ambiente.
Acredito que, a maioria desses absurdos, ocorre pela falta de logística provocada pela falta de investimentos dos governos, o que demonstra total desinteresse das autoridades pela preservação ambiental. E pelo não funcionamento dos órgãos, os predadores agem e a devastam a região. Prova disso foi a balsa com centenas de metros cúbicos de madeira que passou em nossos rios naquela manhã de maio, em pleno dia das mães.
Se os governos estadual e federal quiserem, podem evitar a devastação que ocorre no Amazonas investindo nos órgãos e liberando Projetos de Manejo Florestal Simplificado para proprietários de terras. Isso inibiria a invasão, nesses locais, pelos grandes madeireiros, pois os ribeirinhos não os aceitariam em suas regiões, e o melhor: a liberação de projetos daria dignidade e geração de renda aos ribeirinhos.
Segundo um morador do município de Barreirinha, o governo libera projetos a empresários que intimidam ribeirinhos naqueles rios. “Vários projetos de manejo florestal, na região do rio Xibuí e Ariaú no município, foram liberados a empresários madeireiros, que estão em atrito com moradores. A confusão acontece porque existem árvores emplaquetadas (inventariadas) pelos empresários, que estão dentro das propriedades dos ribeirinhos. E os ribeirinhos estão sendo intimidados”.
De posse dessa informação e antes que algo de ruim aconteça nas localidades, as autoridades precisam tomar providência. E se o governo não sabe: os grandes empresários investem visando o lucro e o enriquecimento, e pelo visto conseguem várias aprovações de projetos de manejos no Estado. Enquanto os interioranos, lutam pela própria subsistência: tentam e não conseguem legalizar suas terras, muito menos projetos, que, aliás, segundo a denúncia, muitos estão engavetados, principalmente em Barreirinha e Boa Vista do Ramos.
O governo precisa fiscalizar essa prática e olhar com carinho o interiorano, pois se projetos de manejo aos ribeirinhos forem aprovados, além de garantir a sobrevivência, impediria a invasão de devastadores das florestas que ao aprovarem um projeto aqui outro ali, se tornam grandes latifundiários. Por isso pergunto: cadê a fiscalização que precisa ser feita também em algumas instituições, principalmente nas que atuam na área de liberação de projetos?

  
* O autor é repórter fotográfico e diretor do Jornal Gazeta Parintins
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Guardiões X Depredadores da natureza, quem vence?


  
* Ataíde Tenório

Aos Agentes Ambientais Voluntários do Macurany e Parananema, que lutam há quase duas décadas no manejo de quelônios e contra a matança de peixes e aves na região, vou chama-los de “Guardiões da Natureza”, e assim como os que fazem o mesmo trabalho e ainda não tive o privilégio de conhecer, tem razão em não confiar na prefeitura, Governo do Estado, muito menos nos órgão ambientais para fiscalizar e evitar a depredação do meio ambiente, que mesmo com a luta deles, avança no munícipio.
Mesmo sem apoio governamental para apoiá-los nas ações, o que vi nos olhos dos “Guardiões” foi que eles não vão desistir fácil da luta pela vida da fauna e flora em torno da Ilha . Sei que precisam do apoio de alguém para enfrentar essa guerra silenciosa, devastadora e desigual, provocada principalmente pelo desmando do poder público e a corrupção que assola este país, onde o dinheiro público estufa bolsos de alguns e não chega aos órgãos ambientais tirando deles o poder de fiscalizar atos de depredação. Se os governos apoiarem, os Guardiões vencem essa batalha e a natureza vai sobreviver.
Nesse caso, lá nos tempos de bonanças quando os parintinenses estiverem deslumbrando um o por do sol debaixo das sombras de árvores centenárias às margens dos rios, e não contando histórias, mas visualizando imensos pirarucus, tambaquis, tartarugas e tracajás vem respirar na superfície dos rios, lagos, igapós e igarapés em torno da Ilha, como retribuição todos devem contar a história de luta e agradecer a Raimundo Bentes (o Mundico), Walter Martins Viana, Manoel Repolho (Gracinha), Luiz Viana, Mailton Oliveira, Ilzo Reis, Almiro Lima, Marcelo Farias (Marcelo Bala), Aida Maria Batista, Heraldo Albuquerque, e outros que na tentativa de tornar esse sonho realidade, enfrentaram ameaças de morte, e tiraram dinheiro do bolso para comprar mantimentos, pilhas, botas e gasolina.
Mas se não houver apoio do governo e o povo continuar destruindo, a coisa vai piorar: as batalhas vão continuar vencidas pelos devastadores e a natureza vai sucumbir. Ao imaginar isso, meus pensamentos me levam a um futuro quando ao fim de um dia de verão escaldante, o parintinense estiver às margens dos rios, não para admirar o por do sol, mas verá as sombras da escuridão se debruçarem sobre a Ilha, e segurando a respiração para não sentir o mesmo odor que hoje os paulistanos sentem ao chegar as margens do rio Tietê, em meio a lamentações ouvirá histórias sobre os Guardiões da Natureza que poderiam ter ganhado a batalha e evitado tal sinistro. E nas lamentações vai se ouvir: se os governos deixassem de ser corruptos e os seres humanos se conscientizassem, teriam abraçado a luta pela preservação, isso não estaria desse jeito!?
E dentre tantos pensamentos, me vem um que poderia chegar hoje aos corações dos que permitem ou praticam a depredação. Poderiam eles se imaginar na pele de seus descendentes que juntos aos descendentes dos Guardiões poderiam ao invés de visualizar um cenário destruído, deslumbrar da visão esverdeada que hoje destroem. Poderiam ainda se deliciar, nadar ou se refrescar nas águas que hoje cercam e dão vida a milhares de espécies em torno desta Ilha, mas que destruíram. Só uma coisa conforta meus pensamentos, é que o futuro pode ser moldado com as atitudes do presente, e se ainda houver tempo de despertar, tomara que todos abracem a causa dos Guardiões, pois assim, os descendentes do abraço vão poder deslumbrar e se deliciar das belezas e sabores que a natureza proporciona hoje, se não, só Deus para dizer o que vai acontecer.

* O autor é repórter fotográfico e diretor do Jornal Gazeta Parintins.

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Madeira, fonte de ilegalidade ou atividade útil?!

·        Ataíde Tenório

Sabendo da extração de madeira em nossa região, vieram as perguntas: madeira é matéria prima, riqueza natural, fonte de ilegalidade ou atividade útil? A partir de relatos de interioranos que dizem o que acontece com eles, queremos que soe aos ouvidos dos governantes, o grito de socorro desses caboclos, e assim, o Governo do Estado tome providências e mude a realidade, que segundo eles é muito ruim.
Não queremos prejudicar A ou B, mas fazer com que os órgãos governamentais responsáveis, assim como os governos: municipal, estadual e federal vejam a realidade e comessem a agir em favor das pessoas que vivem desse negócio, onde muitos buscam trabalhar de forma legal, que por falta de apoio impera a ilegalidade.
Temos um projeto de comunicação sério e comprometido com a verdade, assim, nos dispomos a levar o caso a conhecimento de todos, e esperamos que os governos e quem de direito, voltem os olhos a esse povo tão sofrido e promovam encontros e oficinas para debater o tema junto e assim, mudar essa realidade.
Que nos encontros propostos, sejam abordados: legalização fundiária, elaboração e liberação dos projetos de manejos simplificados, e os possíveis avanços no que diz respeito a venda dos produtos direto ao consumidor.
Sabemos que aconteceu em Parintins nos dias 15 e 16 de abril de 2011, o 1º Grito da Floresta, em defesa da floresta, dos povos e da produção sustentável. Nesses dias, dezenas de autoridades e representantes de entidades se reuniram, inclusive com a presença de Izabela Teixeira, ministra do Meio Ambiente, mas como dizem os interioranos “até agora nada foi feito”.
Por que o Governo, através dos órgãos ambientais do Estado não segue a orientação de um cidadão de Boa Vista do Ramos que pede encontros ambientais, dos interioranos com essas autoridades, e enfoquem a situação de quem vive do mato, como os pequenos extratores e também agricultores de nossa região?
Porém, que as pautas aprovadas sejam desenvolvidas e levem melhorias ao interiorano, pois sabemos que o extrativismo é uma atividade árdua e que proporciona, ainda que desorganizada, renda a milhares de famílias que até por necessidade fazem dela a única forma de obter o dinheiro necessário para que sobrevivam.
Todos precisam ter conhecimento, que a partir de relatos de madeireiros de fora, é que somente na região norte do Brasil, principalmente no Amazonas, se produz madeira tirada com uso de motosserras, e aqui, os caboclos conseguiram aperfeiçoar uma técnica que a madeira tirada com motosserra sai pronta para construir casas e produção de móveis.
Essa arte, com certeza, nasceu da necessidade de tecnologia que nossos caboclos até desconhecem, ou se conhecem não têm condições financeiras para comprar, como por exemplo, as poderosas máquinas que devastam florestas inteiras, o que para a natureza, a ausência é melhor, já que dessa forma muitas árvores continuam de pé.
Que a partir desse fato, o Governo do Estado dê um choque de ânimo e condições aos agentes governamentais para que agilizem projetos que beneficiem os caboclos, já que a técnica utilizada por eles para a retirada da madeira oferece menor impacto à natureza que as retiradas pelos grandes madeireiros que entram nas matas com máquinas pesadas e destroi tudo.
Que o apoio aos caboclos acarrete distribuição de renda, mas os técnicos governamentais precisam agir e através de cursos, ajudar os caboclos a extraírem madeira com melhor qualidade para que coloquem a produção no mercado a preço justo. Consideramos que essa é uma atividade honesta, que se legalizada, a madeira vai contribuir para que a distribuição de renda aqui, seja mais justa, equilibrada e menos desigual.
Segundo relatos de extratores com pouco conhecimento dos apoios disponibilizados ao setor primário, os técnicos disponíveis, na maioria das vezes fazem os projetos mais não conseguem tempo para conscientizar o povo. Eles afirmam que os projetos após elaborados pelo Idam e vistoriados pelo Ipaam demoram a serem liberados.
Outra reclamação é que após a liberação dos projetos, disputam mercado com a madeira clandestina. E o caboclo precisa de dinheiro, pois diferente de empresários não podem esperar por investimentos a longo prazo. Isso tudo, deve servir ao Governo do Estado de motivos para oferecer apoio a esses trabalhadores da atividade madeireira, mas não apenas de fiscalizar e punir, mas de conscientizar e liberar projetos quanto seja necessário.
Assim, todo trabalhador amazonense proprietário de pequenas ou medias áreas, possuidor de um motosserra dotado de capacidade, esforço e técnica, seja reconhecido como trabalhador honesto e possa exercer a atividade de forma legal, e assim, ofereça a matéria prima para ser transformada em moradia, canoas, barcos e móveis, necessários para a sociedade, mas principalmente como forma de gerar renda para que os caboclos possam se manter no interior vivendo com dignidade, e evite o êxodo rural na região.

* O autor é repórter fotográfico e diretor do Jornal Gazeta Parintins.
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A caminho de um Pesadelo

*Marcos Wilson Lopes Cursino
  
Acompanhamos com expectativa os primeiros meses dos novos prefeitos eleitos das cidades brasileiras. Uns conseguiram através do trabalho manter e até melhorar sua aprovação popular, outros no entanto, talvez pela grande expectativa criada durante a campanha eleitoral, iniciaram o mandato frustrando seu eleitorado e aliados. Foram candidatos que tinham soluções imediatas para todos os problemas como num passe de mágica.
Em Parintins, passado os primeiros meses de administração, o que se percebeu foi uma distância muito grande entre o discurso-retórica e a prática-ação, demissões em massa de pais e mães de família mais humildes, para quem dizia que seria o seu governo. Não vamos falar nem em grandes obras estruturantes, projetos inclusivos, vamos falar do básico: operação tapa buraco, limpeza pública, melhoria do atendimento da saúde, pagamento em dia dos servidores, iluminação pública, coisas rotineiras, obrigações das mais triviais de um prefeito.
A operação tapa buraco com certeza vai acontecer, porque o Governador Omar Aziz, como sempre um grande parceiro vai disponibilizar recursos, visto que Parintins vai viver os seus momentos gloriosos com mais uma edição do Festival Folclórico e desta vez com o Centenário de Garantido e Caprichoso e um Bumbódromo ampliado, com novas estruturas e repaginado.
O sentimento de insatisfação do parintinense é crescente e parece estar se repetindo uma história triste ocorrida no ano de 1997/1998 que já tinha sido esquecida.
Esse governo pode mudar e se transformar num grande governo para a felicidade desse povo maravilhoso, mas até aqui tem sido um fiasco, decepcionante, vexatório, sem nada de novo, nada criativo ou empreendedor, sem rumo. Um sonho se transformando em pesadelo.

*O autor é Engenheiro Florestal e professor do Campus Ifam Parintins

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Invasões de terras em Parintins. Até quando?

Assistir à matéria veiculada no jornal da Alvorada e manifesto meu ponto de vista sobre a invasão às casas populares no Pascal Alágio. Depois de presenciar casos de invasões, e as consequências que isso traz à população e ao local onde ocorrem, sou contra a qualquer tipo de apropriação indébita de terras, prédios, casas e demais espaços. Em especial a invasão as moradias, sou muito mais contrária, as pessoas além de se apropriarem, depredaram as casas, arrombando portas e janelas (pelo que vi nas imagens da TV, já que não estive lá pessoalmente). 
Invasores alegam que a maioria, foisorteada no Programa Minha Casa Minha Vida com uma casa, ainda na gestão passada, e revoltados com a demora na entrega, se apropriaram do que, segundo eles, é seu de direito. Isso não justifica tal ato, pelo contrário: essas pessoas são merecedoras desse teto, depois do vandalismo contra algo que alegam ser delas? O déficit habitacional afeta grande parte da população, não só de Parintins, nem do Amazonas, mas do país, ou as pessoas vão morar em barracos em favelas ou nas encostas de morros porque gostam ou querem?  Se escassez de moradia se resolvesse assim, as invasões em Parintins já tinham parado no Palmares ou Itaúna, não teriam se alastrado por outros bairros. Um levantamento socioeconômico ou um cadastro social no bairro União (até então a invasão mais recente de Parintins) constata que muitas casas frutos de invasão há 4 anos, já estão vazias ou mudaram de dono. Isso mesmo! E quem invadiu lá, alegou os mesmos motivos: que era sem teto, mas depois que consegue um pedaço de chão, vende ou abandona. 
Na reportagem uma moça disse “invadi porque morava com a sogra, depois fui morar com minha mãe e não deu certo” e completou “quem casa quer casa”. Uma coisa é certa, quem casa quer casa, então, desculpem a grosseria, mas se a pessoa não tem condições de alugar uma ou não tem estrutura psicológica para conviver com parentes nem inventa de casar.
As pessoas estão acostumadas a pedir tudo e quando não conseguem, roubam, invadem, se apropriam, trabalhar que é bom,poucos querem! Elas precisam entender que o trabalho é o caminho mais digno para se obter algo na vida.
Em casa pagamos aluguel há 28 anos, e não é por falta de trabalho que não temos um teto, é porque é difícil mesmo adquirir um imóvel, custa caro, mesmo assim nunca invadimos espaço nenhum. Conheço muita gente honesta que também paga aluguel e luta pra sobreviver sem precisar tomar o que é dos outros! Fica aqui minha revolta e meu repúdio!

Por Tereza Almeida (Jornalista e funcionária pública federal).

Um comentário:

  1. Eleição ou escolha do Boi-Bumbá?
    Nosso País, até o dia 26 permanecerá dividido entre o vermelho e o azul, numa batalha épica para a escolha de seu melhor Boi-Bumbá. De um lado quem alega ser a garantia da continuidade das mudanças (O garantido vermelho) de outro o que promete fazer as coisas com mais capricho (O caprichoso-azul). Entre eles nós, plateia atônita, diante a dicotomia dos fatos e das mentiras professas.
    Votar ou não votar, eis a questão. O que será melhor para a nação? Tantas coisas em jogo para um simples apertar de dois números e um confirmar. Agir não agir? Acreditar ou não acreditar? Talvez esperar... Quem sabe sonhar!
    Entre a maior ópera da terra, o espetáculo dos bois-bumbá de Parintins e as eleições presidenciais, existem inúmeras semelhanças. Opositores e contrários travando uma verdadeira e intensa batalha de paixões, vaidades e egos a flor da pele.
    Uma busca incessante pela coroa de um reinado imaginário. Onde quem vence nunca é o vencedor, pois detrás dele, existem tantos elementos “ocultos” que sussurram e sibilam em seus ouvidos e o conduzem ao simples toque de uma reluzente e dourada flauta mágica.
    Elementos estes, jamais vistos e conhecidos pelo público em geral. Quando votamos, não votamos em um candidato e sim numa legião fantasma de patrocinadores, conselheiros, gurus e marqueteiros, diretores do espetáculo circense que infelizmente se transforma cada pleito.
    Mas ao menos uma significativa diferença há entre o renomado festival de Parintins e a eleição que se aproxima. O festival de Parintins, este sim, vale a pena pagarmos para ver.

    Flávio Lemos – eleitor e público pagante.

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