domingo, 27 de maio de 2012

Mateiro sobrevive ao ataque de onça pintada



Um braço quebrado, um corte de aproximadamente vinte centímetros na cabeça, e ferimentos por todo corpo, foi o resultado de uma luta entre, o mateiro Otávio Correa Moutinho, 65, conhecido como Inajá, e uma Onça Pintada na manhã de domingo, 20, na comunidade Guaranatuba no Rio Mamurú. O ataque do felino contra “o Tarzan da Amazônia” como está sendo tratado o mateiro, aconteceu em um ramal quando ele caminhava na mata para coletar cipó que usaria na confecção de paneiros.
“Quando eu vi, ela levantou e partiu para pular em mim, eu meti o pé no peito dela, então caiu para o outro lado, conseguir me afastar pegar a espingarda e dei o primeiro tiro, mais aí veio de novo e mordeu meu braço esquerdo, os cachorros pularam nela, e quando se destraiu conseguir pisar nela de novo, virei uma cambalhota pra traz para que não pudesse me amassar. Conseguir me equilibrar, pegar a arma e dei outro tiro e matei a Pintada” relata Otávio Correa.
O Mateiro diz que quando percebeu estava todo machucado. “No ataque ela levou as garras na minha cabeça e abriu essa brecha, feriu minha perna e várias partes do meu corpo. Meu braço quebrou com a mordida, deixei a espingarda no toco de um pau e vim embora. Com muito sangue no meu rosto e nas botas, pensei em parar e beber água de um poço, mas queria mesmo chegar em casa e sobreviver. Quando cheguei não havia ninguém, tive que ir para casa de um vizinho que me levou para onde mora o um indiozinho Sateré, que pediu para o agente de saúde do Guaranatuba me trazer a Parintins. Quando ficar bom volto pro interior, pois lá vivo feliz, finaliza.

Tarzan da Amazônia foi atacado sete vezes por onça


“Tenho muitas marcas por todo corpo deixado por ataque de onças. Eu tinha 38 anos, morava no Rio Jatapú quando briguei com a primeira onça pintadona, foi dentro d’água. Aquela botou pra me comer mesmo. Mas quando já que ela conseguiu. Ela veio pra cima e eu pulei n’água. Ela botava pra cima de mim e eu mergulhava, quando boiava botava o terçado nela, até que consegui arriá a bichona”.  
Assim, o mateiro Otávio Correa conta como venceu a primeira das sete onças que teve que matar por terem o atacado. “Já matei sete onças, elas tentam me atacar e por querer viver tive que matá-las. Até agora já tiraram meu sangue, me deixaram todo machucado com várias marcas no corpo, mas continuo vivo”.
Otávio Correa, que agora está sendo chamado de “Tarzan da Amazônia”, deu entrada no Hospital Padre Colombo por volta de 23h de domingo, onde recebeu atendimento médico, afirma. “Nasci em 12 de novembro de 1946 e trabalho no mato desde os 11 anos de idade, quando morava na cidade de Itapiranga. Já fui mateiro de muita gente trabalhando na exploração de pau rosa, e outros tipos de madeiras. Mas, mesmo que esses bichos tentem me atacar, prefiro morar no interior”.
Segundo a enfermeira Milena Sarrazinho, o Tarzam da Amazônia já foi operado. “Seu Otávio se encontra em um dos leitos pós-operatório aqui no hospital. Ele foi submetido a uma cirurgia no pulso esquerdo pelo Ortopedista Renato Fonseca Meneses que colocou pinos para recuperação da fratura que foi provocada pelo ataque da onça. Ele passa bem e em breve deve está recuperado e pode ter alta”, relata a enfermeira.

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