quarta-feira, 29 de janeiro de 2014

Gravidez na adolescência pode reduzir no município



 
      A secretária municipal de saúde, Rainez Silva da Rocha, classifica a situação como preocupante


Após matéria publicada neste veículo de comunicação sobre o quantitativo de adolescentes grávidas em Parintins, a secretária municipal de saúde, Rainez Silva da Rocha, classifica a situação como preocupante. Ela afirma que a administração municipal age na tentativa de implantar o programa Saúde na Escola no município, para atuar com educação sexual nos educandários e reduzir a problemática da gravidez precoce. A quantidade de meninas grávidas na cidade foi detectada pelo grupo de acadêmicos de medicina da Universidade Federal do Amazonas (Ufam) que faz estágio no município.

Durante entrevista, Rainez Rocha apresentou planilha com o número total de meninas que engravidaram em 2013 e lamenta a situação. “É triste que tantas crianças estejam engravidando em Parintins, isso para nós é preocupante, mas através de trabalho vamos buscar reduzir esse quadro. Só ano passado 19 meninas entre 10 e 14 anos engravidaram. A prefeitura, através da Secretária Municipal de Saúde (Semsa), já está agindo para reverter esse quadro que atinge outras faixas etárias como jovens entre 15 e 19 anos que 477 engravidaram”.

A secretária afirma que o município está montando equipes para atuarem no programa Saúde na Escola e enfatiza que os profissionais irão levar orientações nas escolas da zona urbana e rural do município sobre sexualidade na tentativa de diminuir o percentual de gravidez na adolescência. “Será um grupo de trabalho inter setorial do programa que fará as ações nas escolas. Assim teremos vínculos município, famílias, escolas, saúde e educação para que junto possamos somar forças e reverter essa situação”.


Números

 
        A psicopedagoga Maria Verinize dos Santos Brandão, reforça que a quantidade de meninas grávidas


A gerente do núcleo de educação em saúde da Secretaria Municipal de Saúde, a psicopedagoga Maria Verinize dos Santos Brandão, reforça que a quantidade de meninas grávidas nos centros de saúde e nas escolas é preocupante. “Em conversas com enfermeiras, técnicos em enfermagem e agente de saúde que fazem os pré-natais, elas dizem que aparecem meninas de 10 e 12 anos grávidas. A preocupação maior ainda é que na maioria das vezes elas chegam aos centros de saúde, sozinhas, sem namorado e sem os pais”.

A profissional em Saúde enfatiza que através do programa do Ministério da Saúde, será feito um trabalho sobre a orientação sexual para adolescentes a parti de 11 anos. “Serão abordados temas sobre os direitos reprodutivos, a forma de conhecer o corpo, DST Aids, planejamento familiar, alimentação saudável, cultura, violência, álcool e outras drogas. Muitas meninas se quer conhecem o próprio corpo e os métodos de prevenções a gravidez, e já iniciaram uma vida sexual. Com as palestras muitas males a elas podem ser evitados”.

Expansão

Brandão revela que a vontade é fazer o trabalho em todas as escolas do município onde as equipes vão estar estarão presentes. “Esse trabalho de educação e saúde conta com apoio da Secretaria Municipal de Educação Esporte e Lazer (Semed) e Secretaria de Educação e Qualidade de Ensino do Amazonas (Seduc)”.

Quanto a implantação do programa em Parintins, ela ressalta que estão agilizando para que aconteça dia 31 de janeiro. “O evento de fundação acontece às 14h30min no auditório do Hospital Regional Jofre Cohen, e através dos centros de saúde os grupos de profissionais devem chegar ao seio das famílias e palestrar sobre educação sexual. As famílias devem abraçar essa causa e os pais precisam autorizar os filhos (alunos) a participem das palestras”, alerta a psicopedagoga.

Uma profissional de saúde do município que pediu para ter o nome preservado, relatou que muitas meninas entre 10 a 15 anos fazem aborto e na maioria das vezes com o consentimento da família. “Precisamos com urgência que os programas de orientação sexual cheguem a essas crianças para evitar que não sejam vítimas do próprio desconhecimento. Se pais, gestores de escolas, sociedade organizada e os governos se unirem, os programas chegam e os casos de gravidez precoces serão reduzidos, assim como os casos de abortos”.


Ataíde Tenório (ataidetenorio1@hotmail.com)
  

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