segunda-feira, 24 de setembro de 2012

XII Mini Festival emociona criador dos Bois em Miniatura


         Brincadeira se torna espetáculo proporcionado por pequenos artistas

“Eu tinha 5, e meu irmão tinha 7 anos. Éramos muito crianças. E como não podíamos ir até o boi, decidimos trazer o boi até nós. Fazíamos a réplica do Bumbódromo, e colocávamos o mini Garantido e mini Caprichoso. Os mini bois eram brancos feitos de tampas de carteiras de cigarro, ambos com fita uma azul, e outra vermelha. No meio do mini bumbódromo soltávamos as paquinhas (um inseto) que representavam alegorias em movimento”.
Com essa declaração, o acadêmico de matemática da Universidade Estadual do Amazonas (UEA), Francijaner Matos da Silva, 27, conta como surgiu a brincadeira que ele e o irmão Francijuner Matos da Silva, 29, criaram, o que originou os mini bois Garantido e Caprichoso.
Fracigener diz que a família torce pelo Garantido, e que em épocas passadas, o pai não os levava para assistir o boi porque eram crianças. “Sentíamos a emoção que todo mundo sente em ver Garantido e Caprichoso na arena, e no máximo que meu pai fazia, era nos levar ao curral. Por isso começamos a fazer o mini Bumbódromo e os mini bois. Era uma brincadeira de criança, feita porque a gente queria ficar perto dos bois”, lembra.
Ele diz ainda que, na época chamavam os bois de Garantidinho e Caprichozinho, e com o tempo foram registrados: Mini Garantido e Mini Caprichoso. “Naquele tempo agente brincava como criança, com carrinho e cuidando das coisas como brinquedo mesmo. Não tínhamos essa visão, e nem ideia que nossa vontade de brincar de boi, uma brincadeira de criança, fosse alcançar a dimensão que tem hoje”, finaliza.

            Separação



Segundo Francijaner Matos, após alguns anos começou a participar de um grupo de jovem do Dejard Vieira, onde muitos frequentadores eram do bairro Itaúna. “Quando eles viram a gente brincando, pediram para participar. Depois de um tempo, um dos meninos, torcedor do Caprichoso, propôs a separação e nós aceitamos. Ficamos com o Mini Garantido no Dejard Vieira, e eles com o Mini Caprichoso no Itaúna”.
O acadêmico de matemática revela que sente emoção e prazer em ver como a brincadeira que iniciou quando criança cresceu ao ponto de proporcionar um espetáculo que, assiste juntamente com milhares de pessoas. “Isso me emociona e faz recordar quando íamos à lixeira pegar isopor, o resto que os bois jogavam. Quando as pessoas nos viam juntando aquele material, para confeccionar os mini bois, chamavam a gente de doido”, conta.
O estudante acrescenta que assistindo a brincadeira, diz que tudo valeu a pena. “Para mim isso não é orgulho, é um prazer, sei que Parintins gosta de boi bumbá, folclore, e acumula o ano todo o poder da arte, é isso que acontece com o Mini Festival, as crianças têm prazer em fazê-lo”, afirma.
Para ele, o espetáculo proporcionado no Mini Festival 2012, é a prova que todo parintinense nasce com o dom da arte, e desde cedo começa a criar. “A visão do mini Garantido é que toda criança, nos mini bumbás, seja valorizada e possa expressar esse dom maravilhoso da arte, para que a essência não se perca”, finaliza.

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