quinta-feira, 28 de março de 2013

Ceti: de oito alunos envolvidos em briga, três continuam no educandário por decisão da coordenadoria de educação


   Remanejamos os alunos envolvidos para outras escolas como proteção a vida deles e dos outros, diz a gestora.

A professora Francimary Bulcão Macedo, gestora do Centro Educacional de Tempo Integral (Ceti), foi denunciada por expulsar oito alunos da escola e não ter participado o caso aos pais dos envolvidos, sexta-feira, 22,porém, ela afirma que os mesmos foram comunicados. A gestora esclarece que os alunos foram transferidos por envolvimento em brigas marcadas pela internet com alunos de outras escolas. Em um dos confrontos uma das menores quase teria sido morta a facadas.
A professora esteve na manhã de segunda-feira, 25, na delegacia para registrar o caso e afirmou que estudantes de pelo menos seis escolas da rede estadual em Parintins se utilizam das redes sociais para marcar encontro e travam lutas corporais, inclusive com utilização de arma branca. “Esse pai que denunciou deveria me agradecer, pois salvei a vida da filha dele, ela só não foi morta a facadas porque conseguir segurar e retirar a faca que a outra menina queria matá-la”, disse.

Tragédia

Segundo a gestora, a tragédia não aconteceu porque soube através da internet que haveria uma revanche entre os alunos no horário em que o fato ocorreu. “Para evitar que aconteça novamente, remanejamos os alunos envolvidos a outras escolas como proteção a vida deles e dos outros estudantes. Peço aos pais que nos ajudem e reforcem o que pedimos aos alunos que, ao saírem da escola sigam direto para suas casas, pois se ficarem nas ruas podem se envolver em briga e acabar feridos ou até mortos”, pede.
Macedo informa que os gestores das escolas com os alunos envolvidos nas brigas, estão sendo oficializados para uma reunião que deve acontecer com a presença do Conselho Tutelar e outras entidades ligadas a segurança pública. “O objetivo é encontrar formas de minimizar ou até erradicar o problema antes que se agrave ainda mais” frisa.


Transferência

O pai de uma das envolvidas na briga que não pôde ter o nome revelado para preservar a identidade da menor de 12 anos de idade afirma: “soube que minha filha havia sido expulsa da escola porque ela contou o fato a irmã que me avisou o ocorrido. Quando cheguei ao Ceti, a gestora falou que minha filha estava desligada da escola, junto com outros alunos. Ela disse que a atitude foi tomada para servir de exemplo aos outros estudantes da escola”.
O responsável da menor afirma que usou argumentos para que a filha permanecesse no educandário, mas não foi ouvido. “Ainda pedir a gestora que minha filha ficasse na escola, pois nunca tinha se envolvido em problemas, ela disse o que eu podia fazer era encontrar outra escola para matricular a menina. Isso não é coisa que uma gestora faça, ela tinha que chamar os pais para que juntos tentássemos resolver, não se livrar do problema como fez”, argumenta.
De acordo com ele, alguns estudantes expulsos estão tendo problema em conseguir matrículas em outras escolas, e já levei o caso a conhecimento da coordenadora da Seduc em Parintins, Ângela Reis. “Vamos reunir com os outros pais para levar o caso a conhecimento da Promotoria Pública. Acredito que gestora é uma conselheira que deve tentar resolver problemas não se livrar deles”, lamenta o pai.

                                  Exclusivo


Em entrevista ao Gazeta Parintins, a estudante de 12 anos, filha do cidadão revelou: “não existe esse negócio de marcar briga por internet e nem sei porque as meninas brigaram comigo, elas estudam no Ceti e isso começou dentro da escola na quinta-feira, acho que uma delas estava com ciúmes do namorado que sempre conversa comigo, o certo é que depois que saímos vieram me bater e nós brigamos”, contou a menina.
Ela disse ainda que sexta-feira (22) estava em casa e não viu a gestora retirar faca da mão de ninguém. “Veio muita gente na frente de casa e depois soube dessa história que as meninas queriam me furar, mas não estava fora pra me ameaçarem e não as vi com faca. Eu soube que foi um guarda da escola que retirou a faca de uma delas. Aqui na frente de casa, a gestora falou um monte de nome para os meninos para que fossem embora”, afirma a estudante.
Segundo a aluna, ela tentou esclarecer para a gestora que não era culpada.“Ela não quis ouvir e disse que todo mundo estava expulso. Reuniu os alunos na diretoria e chamou o Conselho Tutelar, não deixou ninguém se explicar e mandou a gente calar a boca”, conta.

                           Coordenadoria


 A professora Ângela Rodrigues Reis, que está na coordenadoria da Seduc em Parintins reuniu na tarde de ontem com os pais de alunos envolvidos da briga que foram afastados pela gestora do Ceti. “Reunimos com os pais e representantes da escola, já que a gestora teve que viajar para a Capital do Estado. Durante a reunião ficou decidido que três estudantes permanecem na escola, outros a pedido dos pais não queremque os filhos permaneçam. Vamos ajudá-los a encontrar vagas, pois essas crianças não podem ficar sem estudar”, ressalta.
A coordenadora adianta que a situação foi resolvida e a escola programa palestras e reuniões para orientar as crianças para esse tipo de situação não volte acontecer. “Após essas palestras, as coisas vão minimizar. Quanto o que aconteceu pode ser um exagero, somos educadores e aproveitamos o momento para rever juntamente com a equipe do Ceti presente na reunião, não estamos tirando a autoridade da gestora, mas têm coisas que precisam ser resolvidas de comum acordo”, acrescenta.
De acordo com Ângela, em benefício das crianças e da escola muitas vezes os educadores têm que voltar atrás de decisões. “Soube do acontecido quando um dos pais me procurou, imediatamente entrei em contato e a gestora que veio a coordenadoria com a equipe dela e me pôs a par do acontecido através da ata e disse que já tinha decidido afastar os alunos. Quando os pais ouviram que os filhos seriam expulsos da escola ficaram preocupados e me procuraram, graças a Deus resolvemos o caso e três crianças vão permanecer na escola”, finaliza.

Ataíde Tenório

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