Remanejamos os alunos envolvidos para outras
escolas como proteção a vida deles e dos outros, diz a gestora.
A professora Francimary Bulcão Macedo, gestora do Centro Educacional
de Tempo Integral (Ceti), foi denunciada por expulsar oito alunos da escola e
não ter participado o caso aos pais dos envolvidos, sexta-feira, 22,porém, ela
afirma que os mesmos foram comunicados. A gestora esclarece que os alunos foram
transferidos por envolvimento em brigas marcadas pela internet com alunos de
outras escolas. Em um dos confrontos uma das menores quase teria sido morta a
facadas.
A professora esteve na manhã de segunda-feira, 25, na delegacia para
registrar o caso e afirmou que estudantes de pelo menos seis escolas da rede estadual
em Parintins se utilizam das redes sociais para marcar encontro e travam lutas
corporais, inclusive com utilização de arma branca. “Esse pai que denunciou
deveria me agradecer, pois salvei a vida da filha dele, ela só não foi morta a
facadas porque conseguir segurar e retirar a faca que a outra menina queria
matá-la”, disse.
Tragédia
Segundo a gestora, a tragédia não aconteceu porque soube através da
internet que haveria uma revanche entre os alunos no horário em que o fato
ocorreu. “Para evitar que aconteça novamente, remanejamos os alunos envolvidos a
outras escolas como proteção a vida deles e dos outros estudantes. Peço aos
pais que nos ajudem e reforcem o que pedimos aos alunos que, ao saírem da
escola sigam direto para suas casas, pois se ficarem nas ruas podem se envolver
em briga e acabar feridos ou até mortos”, pede.
Macedo informa que os gestores das escolas com os alunos envolvidos
nas brigas, estão sendo oficializados para uma reunião que deve acontecer com a
presença do Conselho Tutelar e outras entidades ligadas a segurança pública. “O
objetivo é encontrar formas de minimizar ou até erradicar o problema antes que
se agrave ainda mais” frisa.
Transferência
O pai de uma das envolvidas na briga que não pôde ter o nome
revelado para preservar a identidade da menor de 12 anos de idade afirma: “soube
que minha filha havia sido expulsa da escola porque ela contou o fato a irmã
que me avisou o ocorrido. Quando cheguei ao Ceti, a gestora falou que minha
filha estava desligada da escola, junto com outros alunos. Ela disse que a
atitude foi tomada para servir de exemplo aos outros estudantes da escola”.
O responsável da menor afirma que usou argumentos para que a filha
permanecesse no educandário, mas não foi ouvido. “Ainda pedir a gestora que
minha filha ficasse na escola, pois nunca tinha se envolvido em problemas, ela
disse o que eu podia fazer era encontrar outra escola para matricular a menina.
Isso não é coisa que uma gestora faça, ela tinha que chamar os pais para que
juntos tentássemos resolver, não se livrar do problema como fez”, argumenta.
De acordo com ele, alguns estudantes expulsos estão tendo problema
em conseguir matrículas em outras escolas, e já levei o caso a conhecimento da
coordenadora da Seduc em Parintins, Ângela Reis. “Vamos reunir com os outros
pais para levar o caso a conhecimento da Promotoria Pública. Acredito que
gestora é uma conselheira que deve tentar resolver problemas não se livrar
deles”, lamenta o pai.
Exclusivo
Em entrevista ao Gazeta Parintins, a estudante de 12 anos, filha do
cidadão revelou: “não existe esse negócio de marcar briga por internet e nem
sei porque as meninas brigaram comigo, elas estudam no Ceti e isso começou
dentro da escola na quinta-feira, acho que uma delas estava com ciúmes do
namorado que sempre conversa comigo, o certo é que depois que saímos vieram me
bater e nós brigamos”, contou a menina.
Ela disse ainda que sexta-feira (22) estava em casa e não viu a
gestora retirar faca da mão de ninguém. “Veio muita gente na frente de casa e
depois soube dessa história que as meninas queriam me furar, mas não estava
fora pra me ameaçarem e não as vi com faca. Eu soube que foi um guarda da
escola que retirou a faca de uma delas. Aqui na frente de casa, a gestora falou
um monte de nome para os meninos para que fossem embora”, afirma a estudante.
Segundo a aluna, ela tentou esclarecer para a gestora que não era culpada.“Ela
não quis ouvir e disse que todo mundo estava expulso. Reuniu os alunos na
diretoria e chamou o Conselho Tutelar, não deixou ninguém se explicar e mandou
a gente calar a boca”, conta.
Coordenadoria
A professora Ângela Rodrigues Reis, que está na coordenadoria da
Seduc em Parintins reuniu na tarde de ontem com os pais de alunos envolvidos da
briga que foram afastados pela gestora do Ceti. “Reunimos com os pais e representantes
da escola, já que a gestora teve que viajar para a Capital do Estado. Durante a
reunião ficou decidido que três estudantes permanecem na escola, outros a
pedido dos pais não queremque os filhos permaneçam. Vamos ajudá-los a encontrar
vagas, pois essas crianças não podem ficar sem estudar”, ressalta.
A coordenadora adianta que a situação foi resolvida e a escola
programa palestras e reuniões para orientar as crianças para esse tipo de
situação não volte acontecer. “Após essas palestras, as coisas vão minimizar.
Quanto o que aconteceu pode ser um exagero, somos educadores e aproveitamos o
momento para rever juntamente com a equipe do Ceti presente na reunião, não
estamos tirando a autoridade da gestora, mas têm coisas que precisam ser
resolvidas de comum acordo”, acrescenta.
De acordo com Ângela, em benefício das crianças e da escola muitas vezes
os educadores têm que voltar atrás de decisões. “Soube do acontecido quando um
dos pais me procurou, imediatamente entrei em contato e a gestora que veio a coordenadoria
com a equipe dela e me pôs a par do acontecido através da ata e disse que já
tinha decidido afastar os alunos. Quando os pais ouviram que os filhos seriam
expulsos da escola ficaram preocupados e me procuraram, graças a Deus resolvemos
o caso e três crianças vão permanecer na escola”, finaliza.
Ataíde Tenório
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