quinta-feira, 18 de abril de 2013

Parceria entre Senac e Udevip qualifica pessoas com deficiência física ao mercado de trabalho


   Parceria  promove qualificação, inclusão social, superação e exemplos de vida no curso de auxiliar administrativo

O curso de auxiliar administrativo uma parceria do Serviço do Nacional do Comércio (Senac) com a União dos Deficientes Visuais de Parintins (Udevip)  promove aprendizado e inclusão social. A turma é composta de 35 estudantes com e sem deficiência física que recebem aulas de relações interpessoais, liderança, atendimento ao cliente, como elaborar documentos e inglês básico.
A professora Keila Sicsú relata que essa é a primeira turma de inclusão social que o Senac trabalha e se emociona ao falar do jovem Lúcio Santarém, 21, que participa do curso. “O Lúcio tem não tem os pés e nem as mãos, mas lê e escreve muito bem e mostra facilidade em aprender e agilidade como artista. Os outros também têm grande capacidade de aprender, mas por ele tenho um carinho diferenciado”, conta.

                           Participação


Lúcio tem deficiência na fala, masé possível compreender o que fala, e aprende tudo o que é ensinado. “O que pedimos ele faz muito bem. É muito participativo, interage com todo mundo e em tudo o que a gente faz na sala de aula. Ele tem uma força de vontade tão grande que chega a contagiar. Inclusive é o primeiro a chegar e o último a sair da sala”, revela a professora.
Keila diz ainda que na sala de aula têm pessoas normais e deficientes físicos, mas ninguém se considera melhor que o outro.“Eles se consideram iguais, e desde que se conheceram melhor todos festejam, participam, interagem muito bem se ajudam e estão aprendendo juntos”, confessa.
Segundo a professora, no início muitos achavam difícil e colocavam obstáculos para chegar à sala de aula, mas a partir do momento que viram as pessoas deficientes que são as primeiras a chegar e as últimas a sair, deram valor ao que fazem. “Eles se espelham na força de vontade dos deficientes que enfrentando os problemas de cabeça erguida valorizam os estudos”, garante a professora.

                      Deficiência



Lúcio Santarém, 21, portador de Síndrome Patal sem os pés e as mãos, é para os colegas um exemplo de superação. Paraele, por causa da deficiência a dificuldade de realizar tarefas é bem maior, o que não impede de buscar ideais. “Por isso luto para conseguir vencer os obstáculos”, diz.
O jovem afirma que se sentebem nas aulas, pois é uma honra poder estar junto com deficientes e pessoas normais participando do curso. “Acredito que assim como eu os outros colegas também estão felizes”, declara.
Irismar Oliveira, 35, revela que ao chegar no curso ficou surpresa com as pessoas com deficiência física e a força de vontade deles a incentivou a estudar. “Essa convivência com eles até me motivou a continuar meu estudo. Às vezes reclamamos da vida e colocamos dificuldade para alcançar nosso objetivo. Muitos ficam se maldizendo de tudo e não apostam em sim mesmo”, comenta.
Para a funcionária pública ao chegar na sala de aula e encontrar pessoas com vários tipos de deficiência, a força de vontade supera tudo. “Eles são deficientes, mas não têm o menor medo de superar os obstáculos que a vida impôs. É maravilhoso ver esse exemplo. Na realidade servem de exemplo, superam as dificuldades e não reclamam”, frisa.
Ela leva o exemplo dos colegas para casa e repassa a filha que reclama de tudo. “Digo que ela precisa vim para uma sala de aula como essa. Não só ela, qualquer pessoa que veja a força de vontade que eles têm de aprender com certeza vai parar de reclamar e buscar realizações, pois são exemplos de vida”, ressalta Irismar.

Udevip

Segundo o jornalista Elenilson Ramos, presidente da Udevip, o curso é direcionado a pessoas com deficiência e ao público em geral. “O curso é direcionado aos sócios da Udevip e a comunidade em geral. Iniciou no dia primeiro deste mês com 35 estudantes, acontece de segunda a sexta-feira das 18 ás 22h e as aulas são ministradas pela professora Keila Sicsú. O término está previsto para 25 de maio com a solenidade e entrega dos certificados”.
Elenilson revela que o curso tem objetivo de qualificar mão obra para o mercado de trabalho, principalmente pessoas com alguma deficiência física. “Segundo o censo do IBGE 2010, em Parintins existem 20.136 pessoas deficientes físicas. Nosso objetivo é trazer para a sala de aula o maior número possível de deficientes. Acredito que ao estarem junto com pessoas sem deficiência, a inclusão fica mais fácil”, afirma.
Para ele a adesão de pessoas com deficiência nesse primeiro curso foi pouca, mas acredita que a divulgação e a concretização de outros seja mais participativa. “Isso é questão de tempo. Acredito que com incentivo da família e amigos logo os deficientes vão estar em maioria ocupando as salas de aula desse tipo de curso”.

Nenhum comentário:

Postar um comentário