Parceria promove qualificação, inclusão social, superação e exemplos
de vida no curso de auxiliar administrativo
O curso de auxiliar
administrativo uma parceria do Serviço do Nacional do Comércio (Senac) com a
União dos Deficientes Visuais de Parintins (Udevip) promove aprendizado e inclusão social. A
turma é composta de 35 estudantes com e sem deficiência física que recebem
aulas de relações interpessoais, liderança, atendimento ao cliente, como
elaborar documentos e inglês básico.
A professora Keila
Sicsú relata que essa é a primeira turma de inclusão social que o Senac
trabalha e se emociona ao falar do jovem Lúcio Santarém, 21, que participa do
curso. “O Lúcio tem não tem os pés e nem as mãos, mas lê e escreve muito bem e
mostra facilidade em aprender e agilidade como artista. Os outros também têm
grande capacidade de aprender, mas por ele tenho um carinho diferenciado”,
conta.
Participação
Lúcio tem deficiência
na fala, masé possível compreender o que fala, e aprende tudo o que é ensinado.
“O que pedimos ele faz muito bem. É muito participativo, interage com todo
mundo e em tudo o que a gente faz na sala de aula. Ele tem uma força de vontade
tão grande que chega a contagiar. Inclusive é o primeiro a chegar e o último a
sair da sala”, revela a professora.
Keila diz ainda que na
sala de aula têm pessoas normais e deficientes físicos, mas ninguém se
considera melhor que o outro.“Eles se consideram iguais, e desde que se
conheceram melhor todos festejam, participam, interagem muito bem se ajudam e
estão aprendendo juntos”, confessa.
Segundo a professora,
no início muitos achavam difícil e colocavam obstáculos para chegar à sala de
aula, mas a partir do momento que viram as pessoas deficientes que são as
primeiras a chegar e as últimas a sair, deram valor ao que fazem. “Eles se
espelham na força de vontade dos deficientes que enfrentando os problemas de
cabeça erguida valorizam os estudos”, garante a professora.
Deficiência
Lúcio Santarém, 21, portador
de Síndrome Patal sem os pés e as mãos, é para os colegas um exemplo de
superação. Paraele, por causa da deficiência a dificuldade de realizar tarefas
é bem maior, o que não impede de buscar ideais. “Por isso luto para conseguir
vencer os obstáculos”, diz.
O jovem afirma que se
sentebem nas aulas, pois é uma honra poder estar junto com deficientes e
pessoas normais participando do curso. “Acredito que assim como eu os outros
colegas também estão felizes”, declara.
Irismar Oliveira, 35,
revela que ao chegar no curso ficou surpresa com as pessoas com deficiência
física e a força de vontade deles a incentivou a estudar. “Essa convivência com
eles até me motivou a continuar meu estudo. Às vezes reclamamos da vida e
colocamos dificuldade para alcançar nosso objetivo. Muitos ficam se maldizendo
de tudo e não apostam em sim mesmo”, comenta.
Para a funcionária pública
ao chegar na sala de aula e encontrar pessoas com vários tipos de deficiência,
a força de vontade supera tudo. “Eles são deficientes, mas não têm o menor medo
de superar os obstáculos que a vida impôs. É maravilhoso ver esse exemplo. Na
realidade servem de exemplo, superam as dificuldades e não reclamam”, frisa.
Ela leva o exemplo dos
colegas para casa e repassa a filha que reclama de tudo. “Digo que ela precisa
vim para uma sala de aula como essa. Não só ela, qualquer pessoa que veja a
força de vontade que eles têm de aprender com certeza vai parar de reclamar e
buscar realizações, pois são exemplos de vida”, ressalta Irismar.
Udevip
Segundo o jornalista
Elenilson Ramos, presidente da Udevip, o curso é direcionado a pessoas com
deficiência e ao público em geral. “O curso é direcionado aos sócios da Udevip
e a comunidade em geral. Iniciou no dia primeiro deste mês com 35 estudantes,
acontece de segunda a sexta-feira das 18 ás 22h e as aulas são ministradas pela
professora Keila Sicsú. O término está previsto para 25 de maio com a solenidade
e entrega dos certificados”.
Elenilson revela que o
curso tem objetivo de qualificar mão obra para o mercado de trabalho,
principalmente pessoas com alguma deficiência física. “Segundo o censo do IBGE
2010, em Parintins existem 20.136 pessoas deficientes físicas. Nosso objetivo é
trazer para a sala de aula o maior número possível de deficientes. Acredito que
ao estarem junto com pessoas sem deficiência, a inclusão fica mais fácil”,
afirma.
Para ele a adesão de pessoas
com deficiência nesse primeiro curso foi pouca, mas acredita que a divulgação e
a concretização de outros seja mais participativa. “Isso é questão de tempo. Acredito
que com incentivo da família e amigos logo os deficientes vão estar em maioria
ocupando as salas de aula desse tipo de curso”.
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