quinta-feira, 23 de maio de 2013

Águas invadem ruas e casas da cidade e famílias atingidas pedem socorro aos poderes municipal e estadual




         No Beco Coronel Barreto Batista moram em torno de 30 famílias todas atingidas pela cheia

Desesperados, ao ver as águas dos rios invadirem residências, destruírem seus pertences e oferecerem riscos aos familiares, moradores das áreas baixas da cidade, em contato com a redação do Jornal Gazeta Parintins pedem socorro aos órgãos competentes. Eles alegam que estão abandonados e pedem as autoridades municipal e estadual que encontrem meios para amenizar o problema.
Uma equipe do Gazeta esteve nas áreas afetadas e constatou o abandono. No Beco Coronel Barreto Batista onde moram em torno de 30 famílias, para sair de casa eles se utilizam de uma canoa. Para a senhora Leia de Souza, 55, “é uma humilhação, pois estamos saindo de casa por água. Minha filha até ligou e falou com o prefeito Alexandre. Ele disse que vinha ver nossa situação, mas até agora não veio”, exclamou.
Leia acrescenta: “na eleição, não medimos esforços e todos de casa votaram nele. E agora esse é o troco que ele nos dá? Para levar meus netos à escola tenho que sair por dentro d’água para não se molharem, faço isso de manhã e de tarde. E quando a canoa do meu vizinho não está, tenho que levar as crianças no colo. Em uma dessas travessias, meu neto, de um ano e quatro meses, caiu n’água e quase morreu afogado. Já que o prefeito não resolve nada, peço aos vereadores, deputados e ao Governador que nos socorram, por favor”.

                          Dificuldade

           Fernando Silva disse que já pediu ajuda, mas nada foi feito

Fernando Silva, 44, há três semanas sai de casa por água, e adianta que pediu ajuda a Defesa Civil e ao Prefeito, mas nada foi feito. “Pedimos ao governador Omar Aziz que venha ver nossa realidade, pois é completamente diferente do que divulga-se em alguns veículos de comunicação”, comenta.
O senhor Pedro Batista, 54, morador rua Desembargador João Corrêa com a Quinta da Boa Vista, na Santa Clara, cansou de esperar pelo município e, com ajuda de familiares e vizinhos, construiu uma ponte no local. “Fiz, principalmente, por causa das crianças que passavampara aula e estavam molhando os pés. A maioria estuda no Aderson de Meneses, e se não tivesse essa ponte, teriam que rodar lá perto do Hospital Jofre Cohen. É muito longe, por isso fiz esse trabalho”, esclarece.
Pedro afirma que o bairro sempre foi esquecido pelos prefeitos que já passaram e continua pela atual gestão. “Já ouvi que construíram pontes em todos os lugares da cidade. Isso é mentira, pois aqui está no fundo e nada foi feito. A ponte foi a que fizemos com ajuda dos vizinhos”, frisa.
Batista sugere que se esclareça a realidade. “Na próxima visita que o Governador e os deputados fizerem a Parintins, poderiam visitar, conhecer a realidade e ouvir dos moradores das áreas baixas da cidade a verdade de como vivemos. Se eles ouvirem as mesmas coisas que muitos ouvem, terão uma surpresa, pois a realidade é completamente diferente. A verdade é que estamos sofrendo mesmo”, reclama.

                               Reclamações

  Moradores das ruas atingidas pela cheia dos rios se dizem abandonados e pedem socorro ao poder público municipal

A senhora Maria do Socorro, que também mora na Desembargador João Corrêa, revela que na semana passada esteve na Defesa Civil onde foi informada que o órgão estaria com uma frente de trabalho para cobrir os problemas em toda cidade. “Sugeri que fossem disponibilizadas madeiras, que nós construiríamos essa ponte. Eles ficaram de dar a resposta, mas até agora se quer vieram aqui”, afirma.
A pedido de moradores, a reportagem visitou a rua Benjamin Rondon, nos limites dos bairros Palmares e Santa Rita, NillArmistrong na Francesa e 24 de Janeiro no Itaúna I, próximo ao restaurante Popular. Em todos os lugares, os moradores se dizem abandonados e pedem socorro aos poderes constituídos.
Pessoas afirmam que por estarem sempre em contato com a água, além do perigo de morte por afogamento, podem ser vítimas de animais peçonhentos, e doenças de veiculação hídrica. Os idosos e as crianças são os mais vulneráveis.

 Defesa Civil

Após as visitas, que aconteceram na manhã de terça-feira, 21, a equipe procurou a Coordenadoria Municipal de Defesa Civil, na ruaJonthas Pedrosa. As informações repassadas por Suammy Patrocínio foi que a Defesa Civil está trabalhando e já atendeu dezenas de famílias. “As pessoas que estão passando por essa dificuldade têm que vir a Defesa Civil para que possamos conhecer a realidade deles. Estamos distribuindo madeira e construindo pontes em todo lugar que o pessoal solicita. Mas é complicado atender todo mundo só de uma vez”, adianta.
O coordenador informou que na sede do município existem mil famílias em área de risco e atendem as consideradas de emergência. “Assim que os locais alagam, realizamos vistoria técnica e saímos distribuindo madeira e construindo as pontes. Já atendemos, aproximadamente, 200 famílias e inclusive recebemos elogios. As pessoas que forem pedir para ser retirar das casas, todas serão atendidas”, afirma. Momentos antes do fechamento desta edição, moradores do Beco Coronel Barreto Batista informaram que a Defesa Civil construiu a ponte no local.

                             
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     Ataíde Tenório

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