Local está
tomado por urubus e exala um odor insuportável, afirmam moradores do Dejard
Vieira
Moradores
dos bairros Dejard Vieira, João Novo, Pascal Allágio e estudantes da
Universidade do Estado do Amazonas (UEA), reclamam que sem os serviços
adequados para acondicionamento do lixo, o Aterro Controlado de Parintins virou
um verdadeiro lixão a céu aberto. Eles afirmam que estão sofrendo, pois o local
está tomado por urubus, exala um odor insuportável e casas e quintais das
proximidades são invadidos por moscas e ratos. De acordo com a secretária de
Serviços Públicos do Município, Fabiana Campelo, o problema foi gerado pela
falta de licenciamento da empresa para remover o aterro e fazer o recobrimento
do lixo e a máquina que faz o serviço quebrou, mas o município trabalha para
solucionar o problema.
O
presidente do bairro Dejard Vieira, Mário Uchôa, informa que há mais de dois
meses as máquinas que faziam os serviços de compactação e cobertura do lixo não
estão mais no local. “O pessoal da prefeitura diz nos meios de comunicação que
o Aterro Controlado está uma maravilha. Mas para quem mora no Dejard Vieira,
Pascal Allágio, João Novo e outros bairros próximos, sentimos na pele e
convivemos com esse fedor. Moscas e urubus provenientes pela falta do serviço
que deveria e não está sendo feito causam problemas, é um verdadeiro lixão a
Céu Aberto”.
Gastos
Mário Uchôa
informa que há mais de dois meses as máquinas não estão mais no local
Uchôa
revela que mesmo após milhões de reais investidos no Aterro Sanitário, as
coisas por lá ficam cada dia pior, e quando chove a água provoca o deslocamento
do chorume para os quintais, espalha por todo o bairro e deságua no leito do
lago do Macurany. “O trabalho que faziam de aterrar o lixo não está mais sendo
feito. Quando chove vivemos momentos de desespero. Fico triste porque sso
oferece risco à saúde das pessoas e o pessoal do Prefeito vai pra mídia e tenta
plantar uma coisa que não está acontecendo. Quando fazem eventos voltados a
esse problema do lixo não nos convidam a participar, e quando procuramos o
coordenador de Meio Ambiente e a Secretária de Serviços Públicos Fabiana
Campelo não nos atendem”.
Ele
comemora a possibilidade da retirada da lixeira daquele local, mas apela às
autoridades que a transferência seja feita de maneira criteriosa para que o
problema não seja transferido para outra área. “Querem transferir a lixeira
para a Vila Amazônia e peço que façam um estudo minucioso e implantem lá um
Aterro Sanitário para que as pessoas não sofram o que sofremos aqui. O sofrimento
que vivemos não quero pra ninguém. Se fizerem da forma que é feito aqui, vão
transferir o problema que até agora estamos vivendo”.
Sofrimento
Ivone Eleutério
diz que o odor é insuportável e às vezes chegam a passar mal
A
Conselheira Universitária Discente da UEA, e representante do curso de
enfermagem, Ivone Eleutério, revela que há dias quase impossível para os
estudantes se concentrarem nos estudos. “Alguns dias a situação fica realmente
insuportável, principalmente quando chove. O odor é mais intenso à tarde e no
início da noite. Em alguns momentos o mau cheiro insuportável chega a fazer a
gente passar mal. Nesses momentos não podemos se quer abrir as portas das
salas, senão ninguém aguenta”.
Segundo
Ivone, quando chove ficam com problema de estudar e fazer as refeições. “Se
estudar com o mau cheiro já fica difícil, imaginem ter que ficar nos ambientes
fora das salas de aulas para almoçar e jantar, é um verdadeiro castigo. O pior
é que as autoridades nada fazem para dar um fim ao problema, pois está afetando
milhares de pessoas. Se nós que só ficamos naquela área por algumas horas já
sofremos, quem mora nessa área é que deve sofrer mesmo. Está na hora de alguém
chamar para si a responsabilidade e sanar o problema”.
David Xavier
diz que o problema havia amenizado, mas
voltou a se agravar
O diretor
da UEA, professor David Xavier, afirma que o problema da lixeira ocorre há doze
anos, havia amenizado, mas voltou a se agravar. “Na minha concepção, a ausência
do tratamento devido nos últimos dias na lixeira, causa o odor insuportável. Já
informei ao doutor Antônio Strosck, diretor do Ipaam solicitando apoio técnico
para que seja minimizado o problema. Os governantes precisam o mais rápido
possível reduzir esse impacto, pois estão lhe dando com seres humanos”.
Revelação
Aterro Sanitário
há três meses virou um lixão a céu aberto, diz um trabalhador do local
Um cidadão
que já trabalhou na lixeira e pediu para não ser identificado com medo de
represália, afirma que pelo menos duas empresas contratadas para realizar os
serviços para tornar o lixão em Aterro Controlado abandonaram os trabalhos.
“Muitos no local diziam que as empresas tiveram dificuldade em continuar
trabalhando por falta de verba. Agora o local há pelo menos três meses virou um
verdadeiro Lixão a Céu Aberto. Isso aconteceu porque o lixo não está mais sendo
aterrado e quando chover vai piorar ainda mais. O único trator que ainda estava
no local foi embora”, relata.
Conforme o
cidadão, o local não oferece as mínimas condições de trabalho e o descaso
impera. “Eu conheço esse tipo de serviço e tenho certeza se a lixeira for
transferida para a Vila Amazônia, vai ser pior do que estamos vendo aqui.
Querem jogar o problema para longe da cidade, pois acreditam que ninguém vai
reclamar”, revela.
Secretária
Fabiana Campelo
diz que o mau cheiro, mesmo com serviços realizados, devem continuar
Em contato
com a reportagem do Gazeta Parintins, a Secretária de Serviços Públicos de
Parintins, Fabiana Campelo, afirma que os serviços só não foram feitos na
terça-feira (10), porque a máquina de esteira que faz o trabalho deu problema,
mas no dia seguinte estaria de volta na lixeira.
“Realmente
não está acontecendo os serviços de recobrimento do lixo no Aterro Controlado,
mas estamos utilizando outra técnica de recobrimento com material inerte que
também é muito utilizado no recobrimento do lixo. Isso aconteceu porque não
temos uma empresa licenciada para remover material que serve para realizar o
serviço de recobrimento dos resíduos. Mas a empresa que vai fazer esse trabalho
já conseguiu uma licença junto ao Ipaam e já estamos vendo os aspectos legais
para contratação dos serviços”, afirmou Fabiana.
A
secretária adianta que o mau cheiro gerado pela lixeira mesmo que os serviços
voltem a ser feitos no local deve continuar. “O odor sempre vai ter porque o
lixo está em decomposição e não tem como acabar. Por mais que tenhamos uma
eficiência na parte de compactação e o recobrimento, sempre vai haver o odor
característico do lixo, tem época que se consegue reduzir, mas tem época que
não dá”.
Casa do bairro Pacoal Allágio invadida por urubus
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