quinta-feira, 19 de dezembro de 2013

Famílias ocupam área na Vila Amazônia destinada a lixeira pública


       Área pretendida pela Prefeitura para a instalação da Lixeira pública na Vila



A área pretendida pela Prefeitura de Parintins para a implantação da Lixeira Pública, localizada no perímetro da comunidade Flor de Maio, no Assentamento Vila Amazônia, foi loteada e ocupada por dezenas de famílias na manhã de terça-feira (17). A ocupação aconteceu porque os moradores da agrovila não concordam com a instalação da Lixeira naquele local.
Segundo eles, a ocupação foi feita por acreditarem que mesmo um Aterro Controlado na área, o chorume gerado pela decomposição do lixo, vai contaminar rios, igarapés, matas e várias nascentes de riachos que cortam a agrovila. A proposta deles é que se a prefeitura apresentar um projeto de Aterro Sanitário, podem negociar a instalação desde que seja em uma área apontada por eles dentro do assentamento.
“Somos contra a transferência do problema que é o Lixão a Céu aberto que funciona em Parintins, mas não somos contra a instalação do Aterro Sanitário na área da Vila Amazônia. A prefeitura precisa mostrar o projeto que até o momento não mostrou, se mostrar, teremos uma área dentro do assentamento onde o Aterro Sanitário pode ser instalado sem oferecer risco de contaminação aos amimais, peixes, matas, rios, igarapés, nascentes e moradores da Gleba. Se for assim, conversaremos”, afirma o interiorano Sergio Muniz.


                      Decisão
 
       Morador da Vila Amazônia, Sergio Muniz (foto: Ataíde Tenório)
  
 De acordo com o interiorano, eles tomaram a decisão porque acreditam que na área é impossível instalar um mesmo um Aterro Sanitário, pois qualquer contaminação pode gerar danos irreversíveis à saúde humana e aos animais. “O local fica muito próximo as comunidades onde vivem centenas de pessoas e é muito visitado pelo pessoal da cidade. É cercado por várias nascentes de riachos, igarapés e rios que vão desaguar no Paraná do Ramos e no rio Amazonas. Se houver qualquer vazamento de chorume, o povo corre o risco de contaminação. Por isso precisamos evitar que os filhos da Vila Amazônia corram esse risco”.
Informações chegadas à redação do Jornal Gazeta Parintins via celular na tarde de ontem, dão conta que a área foi loteada e ocupada por dezenas de famílias de filhos de moradores do assentamento. “Os dois lotes onde seria instalada a Lixeira Pública, juntos medem 830 metros de frente por 1200 de fundo. O pessoal já mediu uma área de 100 metros de frente por 300 de fundo, para instalações de igrejas, escolas, creches, poço artesiano e centros sociais, quadra e campo de futebol”.
A maioria das pessoas que está nos lotes que medem 50 metros de frente por 300 de fundo, são filhos de assentados que moram na comunidade Flor de Maio, mas existem pessoas que são de outras comunidades, que também são casadas e moram com os pais e estão no local. “O local já está sendo ocupado e para que todos possam morar bem, vamos realizar mutirões e construir as casas deles. Também faremos a limpeza e o plantio de produtos de ciclo rápido como melancia, milho, jerimum, maxixe e feijão. Depois plantaremos maracujá, mamão, banana, laranja, limão, tangerina, abacate abacaxi e outros produtos que possam ser comercializados nas feiras do produtor na cidade”, revela Muniz.

Incra

Em contato com o Jornal Gazeta Parintins no início da noite de ontem, a superintendente do (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária), Maria do Socorro Marques Feitosa, revelou que ficou sabendo da ocupação e já disponibilizou um profissional do órgão que vai estar hoje na Agrovila para conversar com moradores e fazer um relatório. “Se for confirmado que o impasse é a divergência do local para a implantação do Aterro Sanitário, vamos ter que sentar com os órgãos ambientais e encontrar a melhor forma de resolver a situação”.
Ao ser informada que moradores acusam a existência de pessoas coletando assinaturas nas comunidades ao invés de realizar as coletas durante as audiências públicas, Marques relata que vai tratar do assunto em reunião com a Prefeitura. A respeito do local em vista onde a Aterro Sanitário seria implantado, ela opinou que os moradores já poderiam ter pautado o assunto na Audiência com o Ipaam, mas os assuntos serão pautados em reuniões que vão ser feitas para que as partes possam chegar a um consenso.

Ataíde Tenório

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