Erderson concluiu o
ensino médio na Escola Dom Gino e tentaria vestibular este ano
Enderson dos Santos
Miranda, 17, atingido com uma facada no peito por volta de 3h da madrugada de
ontem, faleceu por volta de 6h da manhã em um dos leitos do Hospital Jofre
Cohen. A família acusa policias militares que atenderam a ocorrência por
omissão de socorro e profissionais de saúde plantonistas na madrugada de
sábado, 19, para domingo, 20, de negligência no atendimento da vítima.
“Depois de mais de meia hora que meu irmão foi
esfaqueado, foi levado ao Hospital Padre Colombo, lá só fizeram a ficha dele e
o encaminharam para o Jofre Cohen aonde chegou por volta de 4h. Não sei por que
não operaram meu irmão que ficou mais de duas horas agonizando. Colocaram soro
nele, quando pedir que operassem meu irmão, pediram que eu ficasse fora de onde
ele estava”, relata Kenerson dos Santos, irmão de Enderson.
Kenerson lembra que, o
anestesista chegou ao hospital por volta de 6h. “Nessa hora ele começou a
passar mal e disseram que iam levá-lo para a sala de cirurgia. Por volta de
6h20 quando estavam removendo meu irmão para a operação ele faleceu, nem se
quer entrou na sala de cirurgia. Nesse momento o anestesista saiu e uma
enfermeira veio me avisar que ele estava morto dizendo que tinham feito tudo
que podiam para tentar salvá-lo. Se fazer de tudo para salvar alguém é o que
fizeram, não sei o que seria não fazer”?
O irmão de Enderson
pede a Secretaria de Saúde que tome providência para apurar os procedimentos,
pela demora que se deu até que decidiram operar o irmão e porque a operação não
foi feita no Hospital Padre Colombo. Erderson concluiu o ensino médio na Escola
Dom Gino e tentaria vestibular este ano. O corpo será sepultado amanhã, 22,
após a chegada das irmãs que residem em Manaus. Os pais do jovem estavam na
comunidade Murituba onde trabalham quando o fato aconteceu. No boletim de
ocorrência o suspeito pela more de Enderson é um indígena João Braga Costa (o
Joaozinho), que até o fechamento desta edição se encontrava foragido.
Segundo o técnico em
necropsia, Afrânio de Jesus, Enderson dos Santos sofreu choque hipovolêmico
provocado por uma perfuração na parte frontal esquerda do peito que perfurou o
pulmão esquerdo. Ele elogia o atendimento direcionado a família da vítima pela
subsecretária de assistência social do município, Vanessa Aguiar e pela
Secretária de Saúde, enfermeira Maria do Desterro Rego e a prefeitura que não
mediram esforços e ofereceram condições para que o IML realizasse os trabalhos
de necropsia na vítima.
Esclarecimentos
No início da tarde de
domingo a equipe do Gazeta tentou contato com alguém do Hospital para que os
profissionais informassem os procedimentos que foram feitos no paciente, mas
ninguém se pronunciou sobre o caso. Tentamos contato com diretor do hospital o
médico Osvaldo Ferreira pelo celular 92*52**0, mas o telefone do mesmo estava
fora de área. Em contato com o Major Valadares, comandante da Polícia Militar,
ele afirma que os policiais que atendem as ocorrências, fazem o que condiz com
as obrigações.
“Quando os militares são acionados, chegam ao
local isolam a área e acionam a ambulância que tem pessoas capacitadas para
remover os lesionados sem risco”, afirma.
Ele adianta que existe o pensando da Polícia Militar buscar parceria junto
ao Senac, o que deve acontecer até março, para capacitar alguns policiais a
agirem em situações de acidentes mas no momento, só os Bombeiros e os agentes
de saúde fazem o resgate.
Inconformada, família alega que houve negligência no atendimento do rapaz
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