quinta-feira, 31 de janeiro de 2013

Princípio de rebelião na Unidade Prisional de Parintins


   Ação dos presos resulta na transferência de 6 para o presídio de Manaus e 5 para o de Itacoatiara

Detentos do presídio iniciaram um motim na madrugada de terça feira, 28, reivindicando alimentação de qualidade, agilidade nos processos penais e melhores condições estruturais da unidade. Com as chuvas celas alagaram porque o telhado estava quebrado, o que ocasionou a manifestação, dois presos foram feitos reféns. A polícia controlou o motim no fim da tarde do mesmo dia.
Em decorrência da ação, seis detentos foram transferidos para Manaus e cinco para Itacoatiara. A determinação foi do juiz de Direito da 1ª Vara do Tribunal de Parintins, Aldrin Henrique de Castro Rodrigues, que solicitou da direção do presídio a identificação dos presos que estivessem sob a jurisdição dele para serem transferidos. “O presídio não oferece as mínimas condições de receber preso, desde o ano passado pedimos providências”, assegura. O presídio de Parintins possui atualmente 177 detentos sob custódia, cuja capacidade é para no máximo 36.
Os transferidos para Manaus foram: Adailson da Silva Nunes, Alexandro Barbosa dos Santos, Eduardo Jorge Kataki da Silva, Jardson da Costa Silva, Pedro Augusto Melo Gato e Evandro Santos do Vale. Para Itacoatiara: Adriano Vasconcelos dos Santos, Alisson Roberto Bitencourt Ribeiro, Kemerson da Silva Barata, Marcio Nogueira Martins e Roberto J. Silva Ribeiro. Parentes dos presos imploraram pela não transferência, mas não foram atendidos.

Reforço

Policiais militares, representantes da Secretaria de Estado de Justiça Direitos Humanos e Cidadania (Sejus), o promotor André Seffair e o juiz Antônio Itamar Gonzaga foram a unidade conter os detentos do pavilhão onde ficam os presos provisórios e fizeram as negociações.
Uma equipe de 22 policiais militares da Capital apoiou o policiamento de Parintins na transferência dos detentos, sob a direção do Comandante de Policiamento Especializado, Tenente Coronel Escóssio.  A equipe contou com 8 militares da Companhia de Operações Especiais (Coe) e 14 do Batalhão de Choque da PM. Em Parintins, a última rebelião aconteceu na 3ª Delegacia Interativa de Polícia (3ª DIP) em outubro do ano passado, onde o Ministério Público, junto com a Sejus transferiram para os presídios de Itacoatiara e Manaus sete detentos, considerados de alta periculosidade.

Reforma

A reforma no telhado do presídio iniciou na manhã de ontem, após o tumulto. O Coronel Bernardo Encarnação, Secretário Executivo da Sejus-Am, afirma que o trabalho de reforma já deveria estar pronto, mas alguns detentos transferidos estavam impedindo a realização do serviço.
“Antes da reforma, revistamos a unidade prisional pelo batalhão de Choque da PM, Comandante de Policiamento Especializado (Coe) e militares do 11º batalhão da PM de Parintins”, disse. Após a revista a situação voltou à normalidade, dessa vez foram encontrados poucos objetos.
O secretário ressalta que as providências em relação ao material da reforma já haviam sido tomadas. “Hoje a unidade estará pronta para reiniciar os trabalhos, essa reforma não é resultado do princípio de rebelião que começou ontem, mas já era um projeto da Sejus”, esclarece.

Novo presídio

Para a construção da nova Unidade Prisional de Parintins, Encarnação ressaltou que falta um terreno que deve medir no mínimo 100x250m. “O prefeito de Parintins, Alexandre da Cabrás, teve um encontro com o secretário de justiça do Amazonas, Marcio Meirelles, e prometeu que o município doará o terreno. Com a doação o Governo do Estado vai interceder ao federal para viabilizar os recursos necessários para a construção de um presídio novo”.
O secretário frisa que toda vez que houver rebelião, os líderes serão transferidos para Manaus e Itacoatiara, e enfatiza que os presídios da Capital também estão lotados, porém, mais seguros.

Utopia

O juiz de Direito Antonio Itamar de Souza Gonzaga, disse que a situação da estrutura física da Unidade Prisional de Parintins é lastimável, e a construção de uma nova unidade ainda está distante de acontecer, por isso ocorrem tantas manifestações dos detentos.
O juiz ressalta que devido a superlotação no presídio, os detentos do regime semiaberto só comparecem para assinar a frequência por conta da falta de vagas. “A construção da nova unidade encontra-se distante de acontecer, infelizmente, falta o município realizar a doação do terreno pra que seja firmado o convênio município, governo federal e estado”. Ele espera que o município doe o terreno para o presídio ser construído e o projeto saia do papel.

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