Ação
dos presos resulta na transferência de 6 para o presídio de Manaus e 5 para o
de Itacoatiara
Detentos do presídio
iniciaram um motim na madrugada de terça feira, 28, reivindicando alimentação
de qualidade, agilidade nos processos penais e melhores condições estruturais da
unidade. Com as chuvas celas alagaram porque o telhado estava quebrado, o que
ocasionou a manifestação, dois presos foram feitos reféns. A polícia controlou
o motim no fim da tarde do mesmo dia.
Em decorrência da ação,
seis detentos foram transferidos para Manaus e cinco para Itacoatiara. A
determinação foi do juiz de Direito da 1ª Vara do Tribunal de Parintins, Aldrin
Henrique de Castro Rodrigues, que solicitou da direção do presídio a
identificação dos presos que estivessem sob a jurisdição dele para serem
transferidos. “O presídio não oferece as mínimas condições de receber preso,
desde o ano passado pedimos providências”, assegura. O presídio de Parintins
possui atualmente 177 detentos sob custódia, cuja capacidade é para no máximo
36.
Os transferidos para
Manaus foram: Adailson da Silva Nunes, Alexandro Barbosa dos Santos, Eduardo
Jorge Kataki da Silva, Jardson da Costa Silva, Pedro Augusto Melo Gato e
Evandro Santos do Vale. Para Itacoatiara: Adriano Vasconcelos dos Santos,
Alisson Roberto Bitencourt Ribeiro, Kemerson da Silva Barata, Marcio Nogueira
Martins e Roberto J. Silva Ribeiro. Parentes dos presos imploraram pela não
transferência, mas não foram atendidos.
Reforço
Policiais militares,
representantes da Secretaria de Estado de Justiça Direitos Humanos e Cidadania (Sejus),
o promotor André Seffair e o juiz Antônio Itamar Gonzaga foram a unidade conter
os detentos do pavilhão onde ficam os presos provisórios e fizeram as
negociações.
Uma equipe de 22 policiais
militares da Capital apoiou o policiamento de Parintins na transferência dos
detentos, sob a direção do Comandante de Policiamento Especializado, Tenente
Coronel Escóssio. A equipe contou com 8
militares da Companhia de Operações Especiais (Coe) e 14 do Batalhão de Choque
da PM. Em Parintins, a última rebelião aconteceu na 3ª Delegacia Interativa de
Polícia (3ª DIP) em outubro do ano passado, onde o Ministério Público, junto
com a Sejus transferiram para os presídios de Itacoatiara e Manaus sete
detentos, considerados de alta periculosidade.
Reforma
A reforma no telhado do
presídio iniciou na manhã de ontem, após o tumulto. O Coronel Bernardo
Encarnação, Secretário Executivo da Sejus-Am, afirma que o trabalho de reforma
já deveria estar pronto, mas alguns detentos transferidos estavam impedindo a
realização do serviço.
“Antes da reforma,
revistamos a unidade prisional pelo batalhão de Choque da PM, Comandante de
Policiamento Especializado (Coe) e militares do 11º batalhão da PM de
Parintins”, disse. Após a revista a situação voltou à normalidade, dessa vez
foram encontrados poucos objetos.
O secretário ressalta
que as providências em relação ao material da reforma já haviam sido tomadas.
“Hoje a unidade estará pronta para reiniciar os trabalhos, essa reforma não é
resultado do princípio de rebelião que começou ontem, mas já era um projeto da
Sejus”, esclarece.
Novo
presídio
Para a construção da
nova Unidade Prisional de Parintins, Encarnação ressaltou que falta um terreno que
deve medir no mínimo 100x250m. “O prefeito de Parintins, Alexandre da Cabrás,
teve um encontro com o secretário de justiça do Amazonas, Marcio Meirelles, e
prometeu que o município doará o terreno. Com a doação o Governo do Estado vai
interceder ao federal para viabilizar os recursos necessários para a construção
de um presídio novo”.
O secretário frisa que
toda vez que houver rebelião, os líderes serão transferidos para Manaus e
Itacoatiara, e enfatiza que os presídios da Capital também estão lotados, porém,
mais seguros.
Utopia
O juiz de Direito
Antonio Itamar de Souza Gonzaga, disse que a situação da estrutura física da
Unidade Prisional de Parintins é lastimável, e a construção de uma nova unidade
ainda está distante de acontecer, por isso ocorrem tantas manifestações dos
detentos.
O juiz ressalta que
devido a superlotação no presídio, os detentos do regime semiaberto só comparecem
para assinar a frequência por conta da falta de vagas. “A construção da nova
unidade encontra-se distante de acontecer, infelizmente, falta o município
realizar a doação do terreno pra que seja firmado o convênio município, governo
federal e estado”. Ele espera que o município doe o terreno para o presídio ser
construído e o projeto saia do papel.
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